relativamente bem definido e nos quais as oscilações anuais são de menor amplitude.

Assim acontece nas actividades mineiras em que aã condições do mercado externo estimulam, atenuam ou até paralisam as produções.

Tendência estacionária encontramos também em relação ao conjunto dos chamadas culturas ou produções agrárias tradicionais, a par de tendência crescente noutros produtos menos rápida na silvicultura e mais veloz nas pescas, na pecuária (carne, leite e ovos) e na horto-fruticultura.

Em consequência, parece poder concluir-se que, mesmo dentro do sector primário, terá lugar no futuro próximo uma aceleração do ritmo de crescimento, embora moderada, e uma tendência para menor irregularidade de produção. Tal virá a suceder com a esperada expansão da pecuária, da silvicultura e da pesca, bem como da maior importância assumida pela fruticultura e horticultura no conjunto das actividades agrícolas, e da importância relativamente decrescente dos cereais, da batata , das leguminosas e, eventualmente, do vinho.

A tendência do sector poderá assim considerar-se crescente, em ritmo que dependerá da rapidez com que aquelas actividades mais promissoras se vierem a expandir, o que, por sua vez, se encontra ligado ao aperfeiçoamento das políticas directas de fomento da produção e ao ritmo de expansão da respectiva procura, que se poderá revelar considerável quanto aos bens de elevada elasticidade de rendimento (lacticínios, ovos, carne, peixe, fruta) e aos produtos que puderem beneficiar de um esforço de promoção de exportação bem sucedido (derivados da madeira, conservas e derivados de frutos e legumes, novos derivados da pesca).

No sector secundário, o panorama geral é caracterizado por tendências de crescimento bem definidas em todas as actividades, embora a ritmos diversos.

Alguns ramos de produção apresentaram entre 1958 e 1962 taxas de expansão muito rápidas, designadamente a «Electricidade», as «Indústrias metalúrgicas, metalomecânicas e da material eléctrico» e as «indústrias diversas transformadoras» - com taxas de crescimento médio anual de cerca de 12 por cento Crescimento a ritmo mais lento se registou em outras actividades, por exemplo, nas indústrias dos «Têxteis, vestuário e calçado» (5,5 por cento), e da «Madeira, cortiça e mobiliário» (4 por cento).

Reduziu-se assim em termos relativos o peso das indústrias tradicionais (alimentação, têxteis e madeira) - passando de 44 por cento do conjunto em 1953 para 34 por cento em 1962.

O crescimento dos ramos mais dinâmicos tem-se apoiado quer na expansão do volume de formação de capital fixo (metalomecânicas e material eléctrico e construção), quer na progressiva complexidade dos processos produtivos (electricidade, químicas e transformadoras diversas), quer ainda na rápida generalização de novos bens de consumo duradouro (transformadoras diversas e metalomecânicas e material eléctrico). As indústrias de alimentação e bebidas, d e têxteis e vestuário e de madeira e mobiliário têm visto o desenvolvimento ligado à forte dependência em que se encontram em relação à procura de bens de consumo tradicionais de expansão lenta.

O sector terciário, agregando todo o conjunto de actividades produtoras de serviços, encontra-se, por sua natureza, predominantemente voltado para o mercado interno, na dependência do montante dos rendimentos disponíveis e, indirectamente, do nível de produção do sector primário e das indústrias O peso da exportação de serviços (turismo e, em muito menor escala, transportes e seguros) tem vindo a crescer nos últimos anos e, por outro lado, alguns ramos do sector são relativamente independentes do ritmo geral do sistema económico (administração pública e defesa, saúde e educação) De qualquer modo, porém, directa ou indirectamente, o crescimento do sector terciário tem estado, e continuará a estar no futuro próximo, muito estreitamente relacionado com o desenvolvimento do conjunto da economia e tenderá a acompanhá-lo de perto.

Nos próximos anos, principalmente em virtude da expansão dos outros sectores e do turismo, espera-se uma aceleração da taxa de crescimento do conjunto dos serviços.

A traços muito gerais pode concluir-se que o desenvolvimento da economia metropolitana no último decénio se deve em grande parte ao crescimento dos sectores industrial e dos serviços, podendo ainda acrescentai-se que o papel motor coube muito predominantemente ao sector secundário e, dentro deste, às indústrias orientadas para a exportação, para a formação de capital fixo e paia a substituição de importações (produtos químicos e bens de consumo duradouros)

Evolução do produto por grandes sectores

Em consequência das diferentes tendências de crescimento que se manifestaram nos três grandes sectores, o respectivo peso no produto interno sofreu constante modificação. No início do decénio em análise, o sector terciário representava 38 por cento do total, o sector primário 34 por cento e o sector secundário apenas cerca de 28 por cento Em 1962 os serviços mantinham, em relação ao conjunto, peso idêntico ao que apresentavam em 1953, mas o sector primário não ultrapassava já os 26 por cento, ao passo que a indústria tinha atingido os 87 por cento. Tudo parece indicar que idênticas tendências se manterão nos próximos anos, do que não po-