(a) Em qualquer dos quadros deste capitulo não se torna, geralmente, possível obter os valores das diferentes variáveis projectadas para 1967 a partir dos valores verificados em 1962 uma vez que na maioria dos sectores este ano não corresponde à tendência de crescimento adoptada. Em especial no caso da agricultura, no ano de 1962 registou no nível de produto anormalmente elevado de 19,1 milhões do contos, em contraste com os 17,4 milhões que se podariam esperar do acordo com a evolução dos últimos anos e que as informações já disponíveis vara 1963 parecem vir a confirmar.

O quadro III apresenta o sumário dos ritmos de crescimento programados e os níveis prováveis que serão atingidos em 1967.

Nas projecções do produto bruto da «Agricultura, silvicultura, pecuária, caça e pesca» admitiram-se ritmos de crescimento um pouco superiores aos que se verificaram no decénio anterior, semelhantes aos que se têm verificado nos últimos anos. Para o período do Plano Intercalar adoptou-se uma taxa de 1,2 por cento ao ano, idêntica à tendência anterior a 1962. Nos anos posteriores admitiu-se uma taxa ligeiramente superior, dando conta dos reflexos que devem ter sobre a produção do sector as políticas de fomento e a procura crescente de alimentos superiores, que não deixará de acompanhar a prevista maior expansão dos rendimentos.

A taxa prevista subestima possivelmente os acréscimos do produto do sector, podendo, eventualmente, tornai-se aconselhável a sua elevação, mas, de qualquer modo, julgou-se que conviria não esquecei os efeitos limitativos que hão-de resultar das profundas transformações em curso na agricultura portuguesa - designadamente as provocadas pela redução da mão-de-obra empregada e pelo abandono de terras com escassa aptidão agrícola - e do longo período de maturação que caracteriza as obras de irrigação com forte peso na actual política de fomento do sector.

As tendências recentes das «Indústrias extractivas» no continente revelam sentido decrescente e sensíveis flutuações dependentes das cotações internacionais, mas parecem existir fundadas esperanças de novos empreendimentos com grande importância relativa e melhores perspectivas de exportação. A taxa de descimento adoptada (6,5 em cento) traduz as expectativas dos empresários do sector.

As «Indústrias transformadoras» constituem o sector motor de maior peso relativo, influindo não apenas directamente no ritmo de acréscimo do produto nacional, mas também indirectamente através da influência induzida exercida pelas actividades cuja expansão se considera dependente do esforço de crescimento industrial. Prevê-se, para o período de vigência do Plano Intercalar, uma taxa anual de acréscimo de 9,5 por cento e de 9,1 por cento para o período seguinte Estes ritmos de expansão encontram-se condicionados pela possibilidade de promover o acréscimo das exportações, a substituição de importações e o aumento do volume de formação de capital fixo (entrando já em consideração com a maior procura derivada de bens de consumo que se virá a reflectir sobre as indústrias transformadoras ligeiras).

A «Indústria de construção» desempenha no esquema de desenvolvimento adoptado papel análogo ao da indústria transformadora, com a reserva de que o ritmo de crescimento se encontra directamente determinado pelo esforço de investimento.

No sector da «Electricidade, gás e água» considerou-se como representativo o comportamento da electricidade, programando-se uma taxa de crescimento de 11,5 por cento até 1967 (uma vez que em 1962 não se verificou ritmo de crescimento inferior ao da tendência normal do decénio anterior) e taxas de 10,5 por cento nos anos seguintes. Tal crescimento do produto corresponde a menor ritmo do que o registado no decénio anterior, na intenção de tomar em consideração o ligeiro abrandamento que parece provável venha a manifestar-se na taxa de crescimento da electricidade.

Quanto aos sectores de «Transportes e comunicações», «Comércio» e «Bancos e seguros» supôs-se que a sua expansão estaria relacionada com o desenvolvimento do conjunto da economia nacional. No período do Plano Intercalar verificar-se-iam ritmos de acréscimo superiores às respectivas tendências para os transportes e os bancos (6,5 por cento e 9 por cento) e posteriormente taxas de 5,5 por cento e 8 por cento.

Prevê-se que a taxa da crescimento médio das «Casas de habitação» melhore ligeiramente ao longo de todo o período. Espera-se, contudo, que o número de novos fogos a construa anualmente revele tendência ainda mais acelerada, uma vez que será a resultante não apenas de volumes de investimento sempre crescentes, mas também de políticas, previstas sectorialmente, orientadas para a racionalização da política habitacional e a redução do custo médio por fogo.

Para os «Serviços de administração pública e defesa», que agregam os serviços públicos de carácter estritamente administrativo ou militar (não abrangendo, portanto, os departamentos da educação, de saúde e de índole produtiva), prevê-se a manutenção da taxa média de expansão registada até 1961 (2 por cento).

Pelo contrário, os «Serviços de saúde e de educação» deverão expandir-se, após 1968, a ritmo superior ao dos anos de 1965 a 1967, não se considera a expansão destas actividades como consequência directa da aceleração introduzida nos sectores mais dinâmicos, mas antes como tradução dos resultados das medidas de que se julga ne-