mesmo 1966, poderá permitir antecipai vantajosamente o esforço de conversão do sistema económico nacional a processos duradouros de mais rápido crescimento económico-social, devendo ser norteados por esse objectivo.

De qualquer modo, em relação ao período 1065-1967, a concretização das projecções de investimento exigirá intervenções do poder público adiante esquematizadas nas suas linhas orientadoras, para assegurar disponibilidades suficientes de recursos financeiros. Projecções do movimento de bens e serviços com o exterior (1) Os reflexos directos prováveis do desenvolvimento económico programado sobre a balança de pagamentos contêm-se, fundamentalmente, nas projecções das importações de bens e serviços, dependentes quer dos mais elevados ritmos de actividade previstos, quer dos maiores rendimentos disponíveis.

As importações totais de bens e serviços (incluindo transferências de rendimentos de capitais para o exterior) deverão provavelmente crescer a uma taxa anual de 6,5 por cento no período abrangido pelo Plano Intercalar, sendo mais elevada a taxa de expansão das compras de serviços do que a de bens (respectivamente 7,9 por cento e 6,2 por cento). Nos anos posteriores a 1968 as importações globais crescerão ao ritmo mais elevado de 7,1 por cento ao ano, continuando as compras de serviços ao exterior a expandir-se mais rapidamente do que as de mercadorias.

Taxas de crescimento das importações

As taxas de crescimento das importações dos vários conjuntos de bens e serviços em 1965-1967 corresponderão basicamente às que se verificaram no período 1951-

1962 (1), embora se tenha atendido, dentro dos limites da informação disponível, aos casos em que se irá provavelmente processar a substituição de compras ao exterior por bens produzidos total ou parcialmente no País -ferro e aço, automóveis de carga e de passageiros, equipamento electrodoméstico - e também aqueles onde parece natural, por dificuldades de abastecimento interno, prever um ritmo de evolução superior ao do passado.

Posteriormente a 1967, o volume das importações relaciona-se também com os correspondentes valores projectados para o produto interno bruto (caso das compras ao exterior de matérias-primas e de energia), para a formação bruta de capital fixo (caso dos bens de equipamento) ou, ainda, para as despesas de consumo privado (caso dos bens de consumo, alimentos e outros, e do turismo), para tomar em consideração os efeitos da prevista aceleração do desenvolvimento. Para os pagamentos ao exterior como contrapartida dos serviços de transportes, por rendimentos de capitais e por diversos, admitiu-se que a aceleração da taxa de crescimento do conjunto da economia não virá a afectar sensivelmente os seus ritmos de expansão.

De entre as importações de mercadorias, prevê-se que os acréscimos mais rápidos se verifiquem para as aquisições de bens de consumo não alimentai es (8 e 7,6 por cento, respectivamente, no período do Plano e posteriormente, até 1973) que ultrapassarão notoriamente os ritmos de crescimento do total do consumo privado - apesar de uma possível substituição parcial das importações de certos bens de consumo duradouro - e para as de matérias-primas (6,9 e 7,5 por cento, respectivamente), em resultado da expansão das necessidades de abastecimento das actividades industriais Expansão mais lenta deverá registar-se nas aquisições de bens de equipamento (5,2 e 6 por cento) e de produtos alimentares (4,6 e 5 por cento) e, principalmente, nas importações de energia (4,9 e 2,6 por cento) pelo crescente predomínio da importação de bens com menor grau de transformação (petróleo em rama). As importações de serviços no seu conjunto tenderão a crescer muito mais rapidamente do que as de mercadorias, em particular as correspondentes às despesas de turistas nacionais no estrangeiro (14,9 e 16,3 por cento).

Em consequência, as compras de bens e serviços ao exterior deverão registar ao longo de todo o período acréscimos substanciais, atingindo em 1967 cerca de 29 milhões de contos. A estrutura das importações tenderá a sofrer progressiva transformação, aumentando a parte dos serviços (de 18,9 por cento em 1962 para 21,2 por cento em 1973) em detrimento das mercadorias. No conjunto das mercadorias crescerá a posição relativa das matérias-primas, manter-se-á a proporção do equipamento e dos bens de consumo não alimentares e reduzir-se-á o peso relativo das importações de alimentos e de energia.

(1) Por limitações estatísticas, o movimento de serviços, tanto a débito como a crédito, abrange apenas as relações da metrópole com o estrangeiro, o mesmo sucedendo com as transferências privados Nas relações da metrópole com o ultramar apenas se consideram, portanto, as transacções de mercadorias.

(1) Período escolhido em função de análises disponíveis do comércio externo metropolitano.

Estrutura e níveis das importações