A expansão das exportações de bens e serviços não se apresentará naturalmente na dependência directa do ritmo de crescimento do produto interno, mas antes especialmente relacionada - independentemente da expansão da procura dos mercados importadores - com o esforço de promoção de vendas ao exterior que as actividades económicas nacionais se mostrarem capazes de desenvolver.

Procedeu-se, regra geral, à extrapolação das tendências registadas no período de 1951 a 1962 para algumas dezenas de bens e sei viços, convindo esclarecer que a manutenção de tais tendências de crescimento implica que se mantenha no futuro o esforço para a conquista de novos mercados equivalente ao que se tem vindo a exercer nos últimos anos. Apenas para o turismo se entrou em conta com uma taxa de crescimento superior à do passado, considerando o novo esforço, programado no sector, para melhor aproveitar ao longo dos próximos anos as potencialidades do País neste domínio. Para as restantes exportações programou-se a manutenção das tendências verificadas em 1951-1962 ou a sua redução, quando uma previsão de crescimento correspondia a perspectivas julgadas excessivamente optimistas pelas entidades principais responsáveis pela evolução dos sectores.

As taxas anuais de descimento das exportações de bens e serviços apresentar-se-ão, provavelmente, muito diversificadas no período abrangido pelos dois próximos planos. A respectiva agregação deixa prever um ritmo médio de crescimento das vendas ao exterior de bens e serviços de 8,3 por cento em 1965-1967 e de 9,1 por cento em 1967-1973.

Taxas de crescimento das exportações

Quanto às mercadorias, as exportações do conjunto dos produtos derivados da agricultura, da pecuária e da pesca crescerão provavelmente a ritmo inferior ao do último decénio, que registou condicionalismo mais favorável do que se prevê venha a verificar-se nos próximos anos, em especial quanto às conservas de peixe O contrário sucederá, provavelmente, ao conjunto das vendas para o exterior de produtos derivados da silvicultura e das indústrias extractivas, pelo peso que passarão a representar em relação aos produtos tradicionais, como a cortiça e os resinosos, novas exportações em rápida expansão - pasta para papel e mármores. As taxas de acréscimo estimadas para o período dos dois próximos planos (4,2 e 4,4 por cento) aproximam-se, assim, das que se prevêem venham a ter lugar paia o conjunto dos produtos derivados da agricultura, pecuária e pesca (4,7 e 5 por cento), ao contrário do que sucedeu no passado recente. De qualquer modo, o comportamento previsto das exportações tipicamente industriais é sensivelmente mais acelerado, quer representem taxa inferior à do último decénio, como se projecta para o conjunto dos têxteis e vestuário (8,6 e 7,8 por cento nos períodos dos dois próximos planos e 11,2 por cento no passado), quer traduzam uma aceleração significativa, como se espera possa acontecer para o conjunto dos restantes produtos da indústria - químicos, metalúrgicos, metalomecânicos e material eléctrico -, com taxas de 10,8 e 10,6 por cento nos dois períodos de 1965-1967 e 1968-1973.

Quanto a serviços vendidos ao exterior, prevê-se estabilização nos transportes e seguros, crescimento lento dos rendimentos de capitais havidos do estrangeiro (4,7 por cento) e progresso muito rápido nos diversos (11,3 por cento), e sobretudo no turismo (16,5 por cento).

Em consequência, a proporção das vendas de produtos industriais e de serviços de turismo, no conjunto das exportações, tenderá a crescer rapidamente, passando de 49 por cento em 1967 para cerca de 57 por cento em 1973, quando em 1962 representava apenas 38 por cento, e 23 por cento em 1953.