tivas receitas teve-se especialmente em atenção o aumento do valor matricial dos prédios, resultante da correcção dos rendimentos colectáveis determinada pelo novo Código da Contribuição Predial e do Imposto sobre a Indústria Agrícola.
Em relação às receitas de carácter aduaneiro, prevê-se quebra da respectiva cobrança no período a que respeita o próximo Plano Intercalai, ainda que atenuada pelo comportamento das importações, determinada pela desmobilização pautal prevista no processamento da integração, económica nacional e decorrente da Convenção da Associação Europeia de Comércio Livre. Assinale-se, porém, que já não foi possível considerar nas estimativas apresentadas a quebra de receita que poderá ser determinada pela participação de Portugal nas próximas negociações pautais no âmbito do G A T T.
As previsões do comportamento das restantes receitas basearam-se na evolução observada no decurso dos últimos anos.
Por último, deve referir-se que na avaliação das diferentes receitas se entrou em linha de conta com o importante conjunto de incentivos fiscais contemplados na reforma fiscal e ainda com os que parece oportuno encarar, no momento em que se inicia o novo Plano.
Finalmente, na estimativa das despesas correntes, houve a preocupação de atendei principalmente nos dispêndios efectuados a partir de 1961, em consequência da alteração profunda então experimentada pelas despesas, embora se procurasse ter presente o acréscimo que se antolha nos despesas correntes dos serviços englobados no Orçamento Geral do Estado, em consequência, designadamente, do próprio esforço de desenvolvimento económico.
No entanto, ao construir-se o quadro que a seguir se apresenta, relativo a poupança do Estado, entrou-se em linha de conta com a poupança corrente que se espera venha a formar-se nos Fundos e Serviços Autónomos e nas Empresas Públicas, atendendo à evolução experimentada pelas respectivas componentes nos últimos anos.
Poupança do Estado
Como mostra o quadro precedente, prevê-se que a poupança do sector Estado, excluídas as despesas de natureza militar e paramilitar aumente gradualmente no período em estudo Esta evolução é influenciada decisivamente pela estimativa da formação da poupança da Administração Central e, consequentemente, pela evolução provável das determinantes das receitas e despesas englobadas na Conta Geral do Estado, a que anteriormente se fez referência.
Contudo, tendo presente o volume que têm atingido no passado recente os encargos com a defesa e as restantes despesas da mesma natureza, deve concluir-se que não será possível contar, no próximo triénio, com qualquer excesso das receitas sobre as despesas correntes da Administração Central para a formação de capital.
Assim, todo o esforço de financiamento de investimentos a realizar pela Administração Central, no âmbito do Plano, deverá basear-se no crédito interno e externo e ou num agravamento da carga fiscal.
As circunstâncias e os condicionalismos que caracterizam a actual conjuntura político-financeira não permitem que com grande antecipação possa o Governo determinar com precisão quais as soluções a adoptar, com vista a mobilização de recursos financeiros a orientar, pelo Orçamento, para o desenvolvimento económico Todavia, e para além de outras considerações, é essa mesma conjuntura que impõe se não deixe afrouxar, mas até se intensifique, o custo de desenvolvimento iniciado há alguns anos, embora sem afectar a prioridade que se confere às despesas de defesa.
1 Análise retrospectiva