Confirma-se, deste modo, que se pode estabelecer em cerca de 8 milhões de contos a contribuição da Caixa para a formação de capital no triénio de 1965-1967, sob a forma de operações de crédito.

Atendendo ao comportamento esperado dos depósitos, fundos de reserva e amortização de operações contratadas a longo prazo, estima-se que, da capacidade de financiamento global da Caixa, o quantitativo das novas operações desta natureza, abrangendo as tomadas de títulos emitidos por empresas privadas, podei á atingir 400 000 contos anualmente. Resta, deste modo, para aquisição de títulos de Estado e financiamento de investimentos, através de novas operações a médio e a curto prazo renováveis, cerca de 600 000 contos por ano.

Por último, deve ainda ter-se presente que a amortização das promissórias do fomento nacional na posse da Caixa libertará, de harmonia com o regime legalmente estabelecido, 805 000 contos no período em estudo, quantitativo susceptível igualmente de mobilização para o financiamento do desenvolvimento económico nacional.

Assim, a capacidade de financiamento da instituição prevê-se que ascenda a 3 805 000 contos no período considerado.

1 Análise retrospectiva A evolução das reservas de caixa e dos depósitos da Caixa Económica de Lisboa no último hexénio pode observai-se no quadro que a seguir se insere.

(a) Elementos fornecidos pala Inspecção-Geral do Crédito e Seguros.

A liquidez média, ao longo do período, situou-se em cerca de 24 por cento, tendo oscilado entre um máximo de 26,3 por cento em 1959 e um mínimo de 19 por cento em 1961.

Os depósitos evoluíram a uma taxa média anual não acumulada de cerca de 9 por cento e, embora fundamentalmente constituídos por depósitos a ordem - 79,9 por cento do total -, podem considerar-se, na sua generalidade, verdadeiros depósitos de poupança. Na hipótese de no triénio de 1965-1967 não se intensificarem as pressões sobre os mercados monetário e financeiro, pode prever-se que os novos empréstimos hipotecários atinjam quantitativos não inferiores à média dos últimos anos, ou seja 145 000 contos anualmente. Quanto à possibilidade de aquisição de promissórias de fomento nacional, admite-se que possa situar-se em cerca de 20 por cento das reservas de caixa.

Se se admitir um crescimento anual não acumulado dos depósitos de 9 por cento - à semelhança do que se verificou, em média, no período considerado - e que as reservas de caixa representarão 25 por cento daquelas responsabilidades, pode concluir-se pela:

1 º Existência de capacidade de aquisição de títulos desta natureza não utilizada no final de 1964, no total de cerca de 42 000 contos,

2º Formação de capacidade de aquisição de promissórias, nos três anos seguintes, de cerca de 56 500 contos, tomando em consideração o regime de amortização estabelecido para esta espécie de títulos. Nestas condições, eleva-se a 533 500 contos a estimativa da capacidade potencial de financiamento da Caixa Económica de Lisboa, no triénio a que se refere o presente relatório.

1 Análise retrospectiva Tendo iniciado as suas actividades em Janeiro de 1960, o Banco de Fomento Nacional (B F N ) efectuou até final de 1963 financiamentos no montante de 3 927 711 contos e prestou garantias no valor global de 695 799 contos, o que representa um volume total de operações superior a 4 623 000 contos.