Parece, pois, poder concluir-se que existe elevada correlação entre a contribuição das diversas fontes indicadas no quadro XXII e o investimento global e que podem utilizar-se com relativa segurança os valores obtidos no quadro XXI como indicadores do comportamento da poupança formada e mobilizada no sector. Em relação ao período a que respeita o próximo Plano, com base nestes valores, e admitindo que a expansão da poupança no sector se processará a ritmo idêntico ao experimentado em média pela formação bruta de capital fixo privada no quinquénio 1958-1962, estima-se em cerca de 36 667 000 contos a poupança formada e mobilizada para o financiamento do investimento por «Particulares e empresas».

Como é evidente, a confirmar-se o ritmo de crescimento de poupança apontado, a estimativa pecará necessariamente por defeito, em consequência do empolamento implícito no cálculo da contribuição dos restantes sectores para o financiamento do investimento privado, a que se procedeu no quadro XXI.

Note-se, ainda, que o método seguido na determinação da capacidade de financiamento de «Particulares e empresas» é diferente do utilizado em relação às restantes fontes estudadas, em que houve a preocupação de prever a sua contribuição potencial para o financiamento de investimentos D e facto, os elementos de que se dispõe em relação a «Particulares e empresas» permitem apenas estimar a poupança que se espera venha a ser mobilizada no próximo triénio, uma vez que não se torna possível determinar a capacidade disponível no início do período.

Contudo, no intuito de contribuir para um melhor conhecimento da capacidade de «Particulares e empresas», indicam-se a seguir os dados de que se dispõe sobre auto-financiamento das empresas privadas nos últimos anos, e que se basearam nos elementos fornecidos pela estatística das sociedades do Instituto Nacional de Estatística para os anos de 1958 a 1962

Com base nesses números fizeram-se as extrapolações necessárias de modo a obter estimativas referentes aos anos futuros.

Importa notar que as estatísticas do Instituto Nacional de Estatística não indicam lucros retidos pelas empresas Porém, com base em amostras de elementos recolhidos de certo número de empresas e confirmando os resultados obtidos com as percentagens de lucros retidos em relação a lucros líquidos coligidos para cerca de 3000 empresas foi possível elaborar o seguinte quadro.