No que se refere ao sector privado, as importações de capitais a longo prazo sob a rubrica «Empréstimos e outras operações de crédito externo» somavam 594 000 e 1 790 000 contos, respectivamente, em 1962 e 1968, conforme se pode ver no quadro seguinte.

Importação de capitais privados a longo prazo (a)

(a) Elementos fornecidos pelo Banco de Portugal.

A natureza dos elementos disponíveis não permite uma análise completa do recurso ao crédito externo pelo sector privado.

Neste domínio apenas foi possível apurar dados individualizados relativamente aos empréstimos contraídos por aquele sector e a que o Estado deu o seu aval, que se apresentam no quadro XXVI.

Dívida privada externa com aval do Estado Avaliação das possibilidades do aumento do recurso ao crédito externo no período de 1965-1973. Frisou-se já, sumàriamente, a importância do auxílio que os capitais externos estilo em posição de prestar para a resolução de alguns problemas suscitados pelo processo de desenvolvimento económico nacional.

No entanto, para além do aspecto da correcta aplicação de tais recursos, que é por de mais evidente, um afluxo exagerado e indiscriminado de capitais estrangeiros - que se terão de pagar - não poderá deixar de vir a tornar-se prejudicial para a economia do país devedor.

É neste sentido que se tenta, a seguir, determinar até que ponto é legítimo continuar-se a recorrer ao crédito externo sem que, de algum modo, se venha a fazer perigar a estabilidade do processo de desenvolvimento do País. Na ausência de melhor critério e seguindo o processo frequentemente utilizado por diversas instituições ligadas ao financiamento internacional, utilizar-se-á o quociente encargos com a dívida externa/receitas de divisas.

Tem-se perfeita consciência do significado restrito deste indicador, na medida em que se reconhece que através daquele quociente apenas se encara um aspecto parcial da questão e que nem sequer jamais foi possível definir o seu nível crítico.

A carência de elementos estatísticos indispensáveis impossibilitou um estudo

mais aprofundado do problema. Dentro da orientação enunciada, desenha-se o quadro seguinte, onde se supôs que as nossas exportações de bens e serviços continuariam a crescer a ritmo semelhante ao observado no último decénio.

(a) Exportação de bens e serviços da metrópole para o resto do mundo.