Poderá surpreender que este aumento resultante das transformações e modernizações ]á realizadas não dispense o recurso a importação de importantes quantidades de bacalhau seco, a verdade, porém, ó que as importações não devem ser consideradas apenas sob o aspecto quantitativo, pois o aspecto qualitativo exerce também uma influência decisiva Com efeito, para obter bacalhau de tamanho maior será necessário recorrer às importações, porque a indústria nacional não poderá capturar bacalhau desse tipo na proporção correspondente a procura do mercado Só os países situados próximo das zonas de pesca podem empregar processos de captura diferentes do arrasto e que permitem maior selectividade dos tamanhos.

Considerando que a importação média anual de bacalhau seco, dos tamanhos pequenos, é da ordem dos 106 000 q, segue-se que as transformações dos navios de linha, os melhoramentos dos navios de arrasto e a construção de novas unidades deverão reduzir consideravelmente as impor tações de bacalhau daqueles tamanhos No entanto, do aumento excessivo da frota bacalhoeira de arrasto poderia surgir um problema de colocação de bacalhau pequeno, a não ser que houvesse diminuição da oferta de outros produtos, facto que não se prevê a curto prazo.

Outra circunstância haverá ainda a ponderar quanto ao desenvolvimento da pesca do bacalhau a tendência geral para a diminuição progressiva do consumo de peixe seco.

Embora essa tendência ainda não se tenha manifestado em Portugal, pois o consumo autuai é quase quatro vezes o de há 25 anos, não deverá esquecer-se que a elevação progressiva dos níveis de vida e a melhoria da distribuição do pescado fresco deverão reduzir, num futuro mais ou menos próximo, as actuais capitações do consumo de bacalhau seco.

No período de 1965 a 1967 proceder-se-á a construção de três novas unidades de 2800 t AB, de arrasto pela popa e equipadas com instalações de congelação, f armação e extracção de óleos, e ainda à substituição e modernização de diversas unidades, mediante o seguinte investimento.

Investimentos

Construção de três arrastões de 2800 t AB 102 000 Substituição e melhoramento do equipamento dos arrastões em serviço 16 670 Sob esta designação está incluída n actividade dos arrastões de grande porte (pesca do alto e longínqua), dos navios de arrasto costeiro, que operam na plataforma continental para além das 6 milhas, dos pequenos arrastões de crustáceos e dos arrastões lagosteiros.

Relativamente a pesca de ai rasto do alto, a diminuição do rendimento dos pesqueiros vem obrigando a respectiva frota a ir pescar cada vez mais longe e, portanto, a aumentar a duração, das viagens para prazos que não são compatíveis com o período de conservação permitido pelo gelo Respondendo a estas circunstâncias, prevê-se no Plano a construção para 1965-1967 de um navio transportador frigorifico Está prevista também a transformação de cinco unidades, convertendo-as em congeladoras, por forma a poderem actuar em pesqueiros situados a distâncias que ultrapassem os limites consentidos pela conservação por gelo.

Para a pesca de arrasto costeira encara-se a construção de quatro unidades

Estas construções visam o incremento da exploração da plataforma continental, mas sem perder de vista as realidades que lhe são inerentes Se por um lado, e devido à proximidade da costa, essa exploração proporciona a captura e descarga das espécies num grau de frescura e qualidade ideal, por outro lado, devido as condições de tempo e de mar predominantes ao largo da costa, não é possível contar com uma contribuição regular das suas produções para o abastecimento da população.

No que se refere à pesca dos crustáceos, está prevista a construção de duas unidades de madeira Os resultados obtidos, ultimamente, com a pesca de crustáceos e a indicação da existência de outros pesqueiros nas águas nacionais aconselham a construção de mais duas embarcações dotadas de instalações de congelação e cozedura.

Contos

Transformação de cinco arrastões em

Construção de quatro arrastões, de aço, até 150 t AB . . 24800

Pesca de crustáceos

Construção de dois arrastões para crustáceos . ... . . 8 670

Construção de dois arrastões lagosteiros 20 000 Pesca da sardinha A actividade da frota sardinheira constitui factor de grande importância económica, ocupando Portugal o primeiro lugar entre os produtores europeus de sardinha. À distribuição da produção respectiva é, aproximadamente, de 43 por cento para a indústria conserveira e 57 por cento para o consumo em fresco. E, porém, notória a irregularidade da produção sardinheira, não sendo de aconselhar o aumento do número de traineiras, por se reconhecer que não há correspondência compensadora no aumento das capturas ou na sua regularização Tem vindo, no entanto, a processar-se a substituição de cascos, de motores e de

Os investimentos a realizar no triénio de 1965-1967 nesta pesca atingem 5340 contos, os quais se destinam & substituição ou reconstrução de embarcações e ao melhoramento do equipamento. Embora não se considerem esgotadas as possibilidades de exportação de atum enlatado, pelo menos para os mercados que não dispõem de indústrias conserveiras suficientemente desenvolvidas, o maior interesse que as pescas de tunídeos podem apresentar reside no aumento da procura de peixes congelados e em salmoura leve, por parte dos mercados estrangeiros, com efeito, a generalidade dos países grandes consumidores de atum restringiu