rentes actividades produtivas, ao mesmo tempo que se indicam, em termos globais, os investimentos que nelas se prevê venham a ser realizados no triénio de vigência do Plano

Deixa, assim, de distinguir-se entre projectos «do plano» e «fora do plano», servindo as projecções não só para orientar a política sectorial de incentivos e de condicionamento - mediante um sistema de prioridades -, mas também como elemento justificativo de possíveis e necessárias intervenções conjunturais

No capítulo da indústria, o Plano não será, pois, uma mera lista dos empreendimentos a realizar no período da sua vigência Quantificam-se, sim, as expansões e os investimentos previstos nos grandes sectores industriais, deixando, portanto, larga margem para o exercício da iniciativa e decisão privadas e para a intervenção pública, através dos meios da política corrente de fomento industrial.

Nos trabalhos preparatórios do Plano procurou conhecer-se o maior realismo e autenticidade às previsões da expansão das indústrias nacionais nos próximos anos, para o que se deu ampla audiência aos empresários e aos competentes serviços públicos

6. Tendo-se tomado 1962 (ano do início dos trabalhos preparatórios do Plano) como ponto de partida das projecções do desenvolvimento industrial a prosseguir nos próximos anos, previu-se que o produto gerado na indústria cresça, no período de vigência do Plano Intercalar de Fomento para 1965-1967, a uma taxa média acumulativa de 9,5 por cento ao ano, o que implicará durante esse período um investimento global da ordem dos 14,5 milhões de contos

O crescimento das diferentes actividades industriais processar-se-á, evidentemente, a ritmos muito diversos, determinados, fundamentalmente, pela natureza dos diversos sectores, o seu papel estratégico, as suas potencialidades e as tendências do passado recente.

Os ritmos médios de crescimento que, em resultado da ponderação destes factores determinantes, se previram paia o período estudado figuram no quadro seguinte, em termos de valor bruto da produção.

Assume a maior importância a taxa de crescimento projectada para o grupo das indústrias metalúrgicas, metalomecânicas e de material eléctrico Trata-se de um sector-chave no crescimento económico do País, pelas suas estreitas ligações com o funcionamento corrente de muitas actividades, por um lado, e com a formação de capital, por outro Apesar do incremento registado nalgumas das suas principais indústrias (metalurgia do cobre, siderurgia, construção de máquinas, aparelhos e material eléctrico), o sector continua muito dependente das importações do exterior e é muito reduzido o valor das suas exportações.

Relativamente às indústrias químicas e dos derivados do petróleo, também é de prever um crescimento acentuado nos próximos anos Para além de se completar o complexo refinador de ramas de petróleo, importa expandir o sector das químicas primarias e secundárias, em que dependemos em grande parte do estrangeiro, com o consequente agravamento de custos nas indústrias utilizadoras

Os produtos minerais não metálicos aparecem com uma taxa anual de crescimento de 10 por cento, traduzindo a tendência revelada nos últimos anos para um aumento nas produções, principalmente de cimentes e obras de mármores

Na expansão prevista para o conjunto das indústrias tradicionais (têxteis, vestuário e calçado, alimentação e bebidas, algumas das transformadoras diversas), importa salientar não só que se prevêm maiores possibilidades de colocação no mercado interno, mas, sobretudo, as perspectivas favoráveis de exportação sentidas pelos empresários, por exemplo, relativamente aos têxteis (fios, tecidos e confecções), conservas de produtos alimentares e certos tipos de mobiliário.

Finalmente, às indústrias extractivas estaria reservada a taxa de expansão mais reduzida, de acordo com as tendências praticamente estagnadas do passado recente, mas as perspectivas animadoras que se revelaram durante os trabalhos preparatórios do Plano levaram a supor possível um movimento de recuperação, ainda durante o triénio, que se espeta venha a afirmar-se plenamente na vigência do III Plano de Fomento

7. A par das projecções do produto, importa estabelecer estimativas do investimento e do emprego que irão assegurar as produções previstas para 1967

No quadro seguinte apresentam-se os valores de capital fixo previstos para o final do período estudado, as respectivas variações (isto é, os investimentos), isolando a pai te correspondente ao triénio de 1965-1967 e, ainda, os coeficientes capital/produto sectoriais que serviram para o cálculo