por outro lado, menos acentuadas no turismo interno do que no turismo estrangeiro. A capacidade hoteleira tem crescido, nos últimos anos, a um ritmo inferior ao do aumento do número de dormidas de turistas estrangeiros. Não obstante se ter processado um descimento mais intenso no que toca a estabelecimentos de boa categoria (hotéis de luxo e de 1.ª classe, pensões de luxo e de 1.ª classe, estalagens e pousadas), é, no entanto, quanto a estes estabelecimentos que se registam maiores necessidades de ampliação da capacidade, dado ter sido em relação a eles que se verificou em 1963 o maior grau médio de ocupação hoteleira. É fora de dúvida que, se foi seguida uma política turística adequada, o número de turistas estrangeiros que visitam o Pais virá a crescer, nos anos próximos, a um ritmo médio acentuadamente mais rápido do que o conseguido no peitado 1954-1968. Na verdade, além de o número de visitantes estrangeiros ser entre nós ainda muito modesto em valor absoluto, permitindo mais facilmente, e durante algum tempo, taxas de aumento relativamente elevadas, afigura-se que o afastamento geográfico de Portugal em relação aos grandes centros fornecedores de turismo - circunstância que até agora nos tem prejudicado - é susceptível de ser em parte neutralizado pelos mais diversos motivos o interesse em conhecer países mais longínquos quando nada de novo podem já oferecer as regiões mais próximas, os maiores níveis de rendimento, permitindo viagens mais emas e, portanto, mais longínquas, maior duração das férias, procura crescente em relação a atractivos turísticos naturais (clima, praias, etc.), que existem em países como o nosso, afluência que já começa a ser excessiva a locais tradicionais de turismo (Itália, sul da França, Costa Brava, etc.), maiores facilidades e menor custo relativo dos transportes (como tem acontecido nomeadamente no caso dos transportes aéreos e, em particular, na modalidade de inclusive Louis), etc. A ponderação dos factores atrás indicados e a análise a que se procedeu no âmbito dos trabalhos preparatórios do Plano sobre a evolução recente e as perspectivas das principais correntes turísticas que nos visitam levam o estimar que a taxa média de crescimento do afluxo de turistas ao continente e ilhas adjacentes andará, nos próximos anos, à, volta dos 18 por cento.

Deve notar-se que a evolução das tendências verifica das nos dois últimos anos, e sobretudo no ano corrente - 1964 -, conduziria a prever uma taxa de crescimento das entradas de estrangeiros em Portugal muito superior, ou seja cerca de 25 por cento. No entanto, atendendo a irregularidades verificadas quando se observam os movimentos de estrangeiros ao longo de uma série estatística mais longa e considerando as próprias limitações de capacidade de construção hoteleira, pareceu preferível estimar paia o crescimento turístico o ritmo anual médio acima indicado de 18 por cento.

E, a partir desta estimativa, a previsão do número de turistas estrangeiros a entrar no continente e ilhas adjacentes será a seguinte:

Admitindo que o número médio de dormidas por turista se manterá ao nível de 1963, a previsão do total de dormidas de estrangeiros em hotéis e pensões resultará a seguinte

Aceitando que o número de dormidas de nacionais crescerá nos próximos anos a ritmo semelhante ao do acréscimo do produto nacional e partindo do número de 2,6 milhões estimado para 1963, obtém-se a seguinte previsão das dormidas de nacionais em hotéis e pensões (excluindo na de 3.ª classe) no continente e ilhas adjacentes.

A continuarem, como é provável, as tendências actuais quanto a concentração do turismo no mês de Agosto, afigura-se razoável prever para os próximos anos, e não obstante os esforços que devem ser feitos para atrair turistas foi a da estação, que a proporção de dormidas neste «mês de ponta» se situará em cerca de 20 por cento no que se refere a visitantes estrangeiros e em aproximadamente 17 por cento quanto aos nacionais.

Conhecidas as recentes preferências turísticas quanto a categorias de estabelecimentos hoteleiros, pode estimar-se que as dormidas dos nacionais e estrangeiros se repartirão entre essas categorias de acordo com as seguintes percentagens aproximadas. Em face das perspectivas referidas, é de admitir que o produto gerado pelas actividades hoteleiras cresça a uma taxa anual de 12 por cento, exigindo um investimento da ordem de 1,5 milhões de contos no triénio do Plano.

Em outras actividades incluídas também nos «Serviços diversos», e de importância relevante para a expansão do turismo (restaurantes, diversões, serviços pessoais, etc.) tomar-se-á provàvelmente necessário um investimento de cerca de 0,6 milhões de contos no triénio, crescendo o conjunto destes serviços a um ritmo provável de 9,2 por cento ao ano no período de vigência do Plano Intercalar de Fomento.

Estes investimentos, aos quais corresponderá, no triénio, a criação de cerca de 33 000 novos empregos, tornarão possível o objectivo fundamental da política de fomento turístico nos próximos anos, o qual deverá consistir na realização das condições necessárias para satisfazer a procura externa e interna que se prevê, condições essas que