A evolução e as variações da população cabo-verdiana são determinadas, ou, pelo menos parcialmente explicadas, pela conjugação de três factores: Elevada taxa de natalidade,

b) Crises agrícolas originadas pelas secas quase cíclicas,

Os saldos migratórios, em comparação com os outros dois factores, têm menor importância, com efeito reduzido sobre os quantitativos da população. A maior parte das correntes migratórias, que foram activas no passado, estão presentemente quase sustadas.

O maior saldo demográfico, na década de 1951-1960, registou-se na ilha de Santiago, que viu a sua população aumentar de 51 por cento. Seguem-se-lhes as ilhas do Fogo (45 por cento), do Sal (45 por cento), de Maio (45 por cento), de S. Nicolau (35 por cento), de Santo Antão (27 por cento), da Boa Vista (40 por cento) e de S. Vicente (11 por cento).

A repartição por idades da população cabo-verdiana em 1960 corresponde a uma pirâmide demográfica jovem, pois a população até aos 14 anos representa 42 por cento da população total. Evolução do produto Interno, rendimento e despesa Segundo os estudos da contabilidade económica de Cabo Verde referentes ao decénio de 1953-1962 e elaborados pela Missão de Estudos do Rendimento Nacional do Ultramar, calcula-se que o rendimento, não contando com o autoconsumo, tenha crescido a uma taxa anual de cerca de 3,5 por cento no período de 1958-1962 O produto provincial bruto, aos preços do mercado, teria apresentado uma taxa de crescimento pràticamente igual à do rendimento, ou seja 6,4 por cento ao ano, em média No entanto, mostra acentuadas variações de ano para ano.

A elevada capacidade de investimento revelada por parte do sector público foi sustentada fundamentalmente pelos empréstimos metropolitanos, que de 1958 a 1962 somaram 318 921 contos.

A consideração destes elementos sugere a conveniência de eventualmente ser procurada uma solução alternativa para o financiamento do desenvolvimento económico de Cabo Verde.

O produto interno bruto, aos preços de mercado, terá aumentado a uma taxa de 6,1 por cento, em média anual, ligeiramente inferior, portanto, às do produto provincial bruto e rendimento provincial (6,4 por cento).

A participação dos sectores na formação do produto provincial bruto seria aproximadamente como segue:

Supõe-se que a explicação de tal estrutura reside no facto de que, para além do autoconsumo, parte da população cabo-verdiana vive das remessas de emigrantes e dos dispêndios feitos pelo Governo provincial, apoiado financeiramente pelo Governo Central, os quais, como já se apontou, são em certa medida movimentados, realmente, como transferências para particulares. Não admira, pois, que os circuitos monetários girem fundamentalmente em torno do comércio, tanto mais que é de presumir ser ténue a rede de relações entre actividades secundárias ou primárias.

Os elementos fornecidos pelas referidas estimativas de contabilidade económica acerca da «Distribuição do rendimento provincial» estão demasiadamente agregados para que seja viável uma análise completa. Contudo, é possível inferir que a «Remuneração do trabalho» constituirá a parcela mais destacada e de um modo crescente, seguem-se-lhe as dos «Rendimentos das empresas não constituídas em sociedade» e «Rendimento da p ropriedade», cuja participação percentual vem diminuindo.

A análise da conta «Receitas e despesas das famílias» e «Organismos privados sem fins lucrativos» mostra que a maior parte das receitas provirão das «Remunerações do trabalho» (à volta de 50 por cento) e das «Remunerações provenientes do resto do Mundo» (entre 25 e 30 por cento), o que evidencia um acentuado grau de dependência do exterior por parte dos particulares, mormente se for tido em conta que uma razoável percentagem - de difícil determinação rigorosa - das «Remunerações do trabalho» provém de salários e vencimentos distribuídos pelas actividades públicas ou parapúblicas suportadas financeiramente pela metrópole.

O consumo dos particulares apresenta na sua repartição percentual uma estrutura análoga à que é típica das