economias subevoluídas de clima quente. No decénio de 1953-1962, e em média, à volta de 90 por cento das receitas das famílias e organismos sem fins lucrativos foram destinadas a despesas de consumo, a percentagem de receitas destinadas à formação da poupança privada destes sectores económicos em pouco teria ultrapassado os 4 por cento. Estrutura económica Agriculta Em virtude do conhecimento imperfeito das cifras dos autoconsumos das produções agrícolas não se pode constituir a série cronológica necessária para a avaliação Considerando, no entanto, os elementos da estatística das exportações e, por outro lado, o ritmo crescente das importações de géneros alimentícios de primeira necessidade, parece poder concluir-se que, nas condições actuais, a produção agrícola é incapaz de satisfazer as necessidades alimentares da população em aumento.

Há, certamente, um complexo conjunto de factores explicativos desta evolução. Alguns podem ser apontados como mais correntes.

Nota-se em primeiro lugar que está ainda pouco difundido o ensino agrícola em Cabo Verde, juntamente com a defeituosa estrutura agrária, apesar do esforço feito, no sentido de a corrigir, com a publicação do Decreto-Lei n.º 42 390, de 15 de Julho de 1959.

Estes dois aspectos serão, portanto, objecto de devida consideração no capítulo da estrutura agrária e a consequente reformulação, visando os regimes de arrendamento e exploração da terra, o emparcelamento e talvez o parcelamento.

As tentativas de arborização das ilhas não têm alcançado até agora o sucesso esperado, não só devido a condições climáticas adversas, mas também porque, sendo o gado caprino um dos recursos fundamentais do arquipélago e minguados os pastos, este alimenta-se de todo o «verde» que possa encontrar, incluindo as pequenas árvores plantadas, mesmo que estas se encontrem defendidas por cercados. À falta de lenha, por seu turno, conduz ao desbaste de árvores jovens

Os esforços despendidos pelas diferentes brigadas nem sempre têm tido os efeitos desejados na modificação deste panorama. Embora a pesca seja uma actividade com largas tradições em Cabo Verde, só principalmente com a instalação de duas unidades de congelação em S. Vicente e a melhoria das técnicas de captura utilizadas por algumas empresas, passou este ramo de actividade a fase de parcialmente industrializada, ocupando cerca de 3000 pescadores.

A média de 1600 t de pesca verificada em 1958-1962 desembarcada, foi estimada com base no registado nas estatísticas oficiais.

As possibilidades reconhecidas de desenvolvimento desta actividade são muito apreciáveis, e tanto assim é que os atuneiros japoneses ali se deslocam com certa regularidade, chegando a armazenar temporariamente nos frigoríficos do Mindelo uma parte do pescado que excede a capacidade dos barcos. Existem, portanto, condições basilares, no que se refere a campos de pesca, necessárias a instalação de empreendimentos pesqueiros e de fábricas de transformação de peixe. Energia Não há nos no arquipélago dignos desse nome, mas simplesmente alguns caudais diminutos e irregulares. Em contrapartida, o arquipélago parece oferecer boas possibilidades de aproveitamento das energias solar e eólica.

As instalações de energia eléctrica da província são constituídas na sua totalidade por geradores Diesel eléctricos.

A potência instalada em Cabo Verde, em 1963, era de 993 kW, assim distribuídos cidade da Praia - 368 kW, Mindelo-482 kW, restantes (sete localidades) - 193 kW. No total podem contar-se ainda hoje quatro ilhas sem abastecimento público de energia eléctrica. O panorama industrial de Cabo Verde caracteriza-se por poucas unidades, baixas produções e uma reduzida gama de produtos.

O quadro seguinte expõe a evolução da produção das principais indústrias cabo-verdianas no triénio de 1960-1962.

O peixe e derivados, conjuntamente com as pozolanas e o sal são as únicas produções significativas destinadas ao comércio externo.

O quadro a seguir mostra a evolução, em índices (base 1958=100) das produções principais ao longo do período de 1954-1962.