ticas da economia cabo-verdiana, destacando os seguintes aspectos: Elevada taxa anual de crescimento demográfico (3,1 por cento), sem tendência aparente para diminuir,

b) Baixo nível de rendimento per capita e ritmo anual de descimento relativamente baixo,

c) Grande importância do sector comercial no conjunto das actividades económicas provinciais e dinamismo acentuado deste sector,

d) Fraca participação dos sectores primário e secundário na formação do produto e na utilização do capital fixo formado,

e) Participação predominante dos capitais despendidos por via pública no conjunto dos investimentos,

f) Elevado grau de dependência do exterior, tanto no que se refere as receitas das famílias como na capacidade de investimento da administração pública,

g) Declínio relativo das actividades agrícolas e ainda pouca importância relativa da indústria, apesar do apreciável ritmo de crescimento desta,

h) Carências nas infra-estruturas económicas e sociais,

i) Predominância económica das ilhas de Santiago e do grupo Vicente-Santo Antão. De entre aqueles dados susceptíveis de serem utilizados na construção de um esquema de desenvolvimento provável, a taxa de crescimento demográfico aparenta ser a que oferece maior rigor, além de igualmente se revestir da maior importância estratégica.

Para esse efeito, pareceu lógico optar pela hipótese do crescimento a uma taxa semelhante à verificada na década 1950-1960, uniforme e sem crises. Com base nesta hipótese, a população total alcançará os seguintes níveis entre 1965 e 1975.

Este forte crescimento demográfico, face aos limitados recursos do arquipélago, constituirá o aspecto fulcral da economia provincial nos próximos anos, tal como, na verdade, já o tem sido desde 1950, mas agora talvez com maior premência.

Considerando a população entre os 15 e os 60 anos como população activa, e partindo da hipótese de que a estrutura etária não se modificará sensivelmente nos próximos anos, pode estimar-se que a população activa nos anos de 1965 a 1975 será a seguinte.

Os acréscimos de população activa naqueles anos seriam, pois, os seguintes:

Sendo assim, no decénio de 1965-1975 terão acesso ao mercado de trabalho cerca de 39 700 indivíduos, ou sejam cerca de 4000 em média anual. No triénio de 1965-1967 terão acesso cerca de 3500 indivíduos por ano. Haverá, pois, que criar 10 500 novos empregos nesses três anos.

Já foi apontado que os sectores economicamente mais dinâmicos parecem ser os da «Indústria transformadora» e do «Comércio por grosso e a retalho». Por outro lado, presume-se que existe um elevado grau de desemprego oculto na agricultura, e parece que se atingiu uma razoável saturação de emprego nos «Serviços de carácter doméstico».

Nestes termos, tomou-se como hipótese de trabalho a de que tanto a «Agricultura, silvicultura e pecuária» como os «Serviços de carácter doméstico», manteriam níveis absolutos de ocupação de activos iguais aos de 1964 (52 500 e 46 800 indivíduos, respectivamente), pois os empregos criados no primeiro ramo de actividade serviriam para absorver os subempregados e, quan to ao segundo, presume-se uma provável saturação de emprego. Os novos empregos referidos deverão, portanto, ser criados nos ramos de pesca, indústrias e outros serviços que não domésticos.

Os cálculos disponíveis acerca do coeficiente capital/produto e as estimativas dos níveis sectoriais de produtividade não oferecem confiança suficiente para poderem servir de base à apreciação dos efeitos que tais montantes de investimento e tais acréscimos de mão-de-obra activa teriam na formação do produto global e dos produtos sectoriais No entanto, é possível obter uma ideia desses efeitos por via indirecta.

Pelas estimativas da contabilidade económica de Cabo Verde, deduz-se que o produto provincial bruto teria aumentado, entre 1953 e 1962, a uma taxa anual média de 6,1 por cento.

Paralelamente, importa considerar que no triénio de 1960-1962 o coeficiente capital/produto calculado era bastante elevado. Ora, presumindo que no triénio de 1965-1967 uma parte considerável do investimento terá lugar provavelmente na indústria transformadora e não primordialmente na construção de infra-estruturas como no triénio de 1960-1962, é de prever um coeficiente capital/produto sensivelmente inferior.

Deste modo, pode estimar-se que o ritmo de crescimento do produto provincial bruto poderá vir a aumentar e, portanto, obterem-se níveis superiores aos calculados.

Parece fundamental que seja alcançada uma taxa de escolarização aceitável, isto é, relativamente melhor do que a verificada no decénio de 1953-1962. Se for conseguida uma escolarização de 100 por cento dos acréscimos da população escolarizável esperados no triénio de 1965-1967, isso constituirá uma forma efectiva de elevar a taxa do escolarização global.

Os acréscimos da população dos 7 aos 14 anos no triénio são da ordem dos 1200 indivíduos por ano. Tomando os mesmos quocientes alunos/professores (49) e alunos/salas de aula (83) verificados em 1962, será necessário, a fim de alcançar aqu ele objectivo a 100 por cento, dispor de