Evolução da população da província de Moçambique segundo os censos de 1940,1950 e 1960:

Em 1960 as densidades populacionais oscilavam entre 2,3 habitantes por quilómetro quadrado no distrito de Niassa e 27,6 no de Lourenço Marques.

Nos três distritos de maior população (Moçambique, Zambézia e Manica e Sofala), encontram-se 3 588 800 habitantes, ou seja 54,4 por cento da população total, a que corresponde uma densidade global de 11,5 h/k2.

Quanto à evolução sofrida pelos diversos distritos (divisão actual) desde 1940, diremos que ela se apresenta de certo modo errática, tal como se vê no quadro I, com variações do primeiro para o segundo decénio que se nos afiguram reflectir mais as diferenças entre as técnicas operatórias de censo para censo do que a diferenças de comportamento das populações distritais Esta circunstância é particularmente notável nos distritos de Gaza, Inhambane, Cabo Delgado e Niassa. O conhecimento de que já se dispõe acerca das riquezas do subsolo da província permitem concluir pelas suas grandes potencialidades. Pode, com efeito, contar-se desde já com importantes recursos em minérios de ferro e de carvão na legião do Zambeze e de Tete. As pesquisas petrolíferas em curso revelaram, por seu lado, a existência de ricos jazigos de gás natural.

As potencialidades agrícolas são, por outra parte, muito latas, oferecendo em particular as zonas aluvionárias dos nos Incomati e Maputo e os vales dos rios Limpopo, Umbeluzi e Zambeze possibilidades quase ilimitadas de expansão da produção agrícola.

Como fontes potenciais de energia há que apontar a rede hidrográfica do Norte da província e em especial o rio Zambeze, cujo potencial energético está estimado em mais de 30 000 GWh. A configuração geográfica da província, muito alongada no sentido norte-sul, de largura relativamente reduzida em grande parte da sua área, cortada por numerosos cursos de água no sentido oeste-leste -conjugada com as necessidades de comunicação com o mar dos territórios vizinhos da África do Sul e Rodésias -, deu origem à abertura de vias de penetração até eles, principalmente a partir dos nossos excelentes portos.

Por isso o sector dos «Transportes» contribui de modo muito apreciável para o produto interno bruto (cerca de 10 por cento) e, atendendo à importância do tráfego de trânsito, a parcela mais importante cabe ao tráfego ferroviário e ao movimento portuário (78,2 por cento).

A análise da estrutura da rede de transportes existente, tal como derivou dos factores atrás mencionados, revela a necessidade da sua adaptação para uma mobilização de vastos recursos produtivos potenciais. Pode imputar-se também à insuficiência de vias de comunicação o fraco desenvo lvimento de certas regiões. Quer isto dizer que a abertura de novos eixos de comunicação, sobretudo se conjugada com uma planificação criteriosa da produção, terá uma repercussão directa e imediata no desenvolvimento de novas produções e no acréscimo de rentabilidade de actividades existentes, com reflexos evidentes no domínio da exportação.

A província depara pois com um enorme esforço de investimento a empreender, visto que simultaneamente será necessário realizar grandes transversais no Norte e no Gentio, construir os trocos complementares de interligação de maior interesse e assegurar o desenvolvimento das redes de transporte que permitam o serviço eficiente de escoamento da produção do hinterland não nacional. É pois no quadro de operações fundamentais que se situa a elaboração de um planeamento da lede de transportes da província, já que apresenta um interesse económico potencial, e muitas vezes imediato.

O desenvolvimento equilibrado dos diversos meios de transporte é uma das operações fundamentais a realizar, pois até aqui tem-se verificado uma certa irregularidade nem sempre se tendo dado prioridade àqueles que porventura poderiam ter um impacto mais importante na actividade económica interna. O desenvolvimento dos diferentes meios de transporte esteve em larga medida dependente das respectivas condições de autofinanciamento. Daqui pode ter resultado um desenvolvimento relativamente menor da rede rodoviária, o que as necessidades económicas aconselham a corrigir. No que diz respeito a vias férreas, Moçambique dispõe de uma rede de penetração, composta por uma série de linhas que partindo dos principais portos da pro-