dos técnicos de programação, em gabinete, com os conhecimentos das gentes práticas, que vão sentindo, no dia a dia actuante, o pulsar das actividades económicas e das inquietações sociais. Mais adiante terá a Câmara de analisar, com algum pormenor, a orgânica em que assentou a preparação do projecto de plano. Por agora, sómente interessa referir que a preocupação apontada de juntar pessoas de formação e informação diversa, e também em atitudes naturalmente diferentes, se considera salutar - e representa progresso metodológico a realçar na organização do Plano.

verificados.

A Câmara sugere que, na versão definitiva do Plano, se faça a apresentação de dados comparativos tendenciais, e que eles se refiram a 1962 ou a 1963; e também que se estabeleça um ensaio de contrôle dessas projecções para 1963 e das que estão implícitas para 1964, com os valores que se conheçam como realizados nestes anos (ainda quando provisórios ou incompletos).

Quanto ao prolongamento da maioria das projecções para além de 1967, tem de dizer-se que o Governo ordenou a formulação de delineamentos hipotéticos a mais longo prazo ao mesmo tempo que se fizesse a projecção até 1967, a fim de se ficar em condições de marcar orientação para o plano subsequente. Aliás, como vimos no § 1.º, n.º 3, está-se perante uma projecção de médio prazo devidamente enquadrada noutra, de longo prazo (abrangendo um decénio). Fica para discutir, na oportunidade conveniente, se a tomada de decisões entre as alternativas estudadas de longo prazo deveria decorrer segundo o pr ocesso que foi .seguido.

Tudo visto, importa distinguir sempre nas projecções os períodos 1963-1964 (este não explicitamente apresentado), 1965-1967 e 1968-1973, pois os números que lhes correspondem tem, efectivamente, origem e significado diversos - isto, como é evidente, além dos elementos de 1953-1962, que, em geral, também se contêm nos quadros do projecto e correspondem à descrição da evolução histórica recente da economia nacional. Os quadros II a VI deste parecer resumem quanto se afigura essencial nas projecções globais e de grandes sectores. Antes de expor o modo como foram construídas (e é tema para o § 4.º), interessa uma palavra rápida de leitura ou no que é o mesmo, de comentário sobre o preenchimento dos objectivos que ficaram enunciados atrás para o Plano.

O ritmo de crescimento do produto interno (e estamos no quadro n) vem sendo de 4,5 por cento e propõe-se que sofra uma aceleração sensível, até 6,1 por cento ao ano e, depois de 1967, até ao nível dos 6,5 por cento. E espera-se que estes ritmos se localizem essencialmente no sector secundário, pois se projecta o incremento de uma taxa de expansão que já vinha sendo elevada, quase se diria desproporcionada em relação às dos outros sectores. O terciário também sofrerá um impulso muito sensível; quanto ao sector primário, projecta-se, não propriamente a estagnação, mas quase - com a lenta subida até 1,5 por cento (e 1,8 por cento a longo prazo) de uma evolução anterior bem débil, cifrada em 1,2 por cento ai ano.

Projecções globais do produto

Fontes: As taxas de variação média anual colheram-se do quadro IV do Projecto (capítulo i, parte n), bem como os valores de 1962 e 1967, mas tendo-se corrigido o produto do sector primário de 1962 para a tendência. O restante material foi obtido directamente no Secretariado Técnico da Presidência do Conselho (grupo de programação global).

A cumprir-se este programa, a estrutura da produção portuguesa aparecerá substancialmente alterada relativamente à sua posição actual, e mais ainda se a avaliarmos à luz de números de há dez anos, que traduziam clara-