Projecções sectoriais do produto

Fontes: As taxas de variação e os valores de 1962 (este, corrigindo-o para a tendência) e do 1967 constam do quadro III do Projecto. Os restantes valores, designadamente o desdobramento do sector 4 (indústrias transformadoras) e a agregação necessária para construir o sector 10 (outros serviços), foram pedidos directamente aos grupos de programação global e de programação industrial, respectivamente do Secretariado Técnico da Presidência do Conselho e dá Secretaria de Estado da Indústria.

Já se viu que o ritmo de crescimento no período de 1958-1962 atingiu, globalmente, o valor + 4,5 por cento ao ano; mas pode verificar-se agora que o desequilíbrio sectorial, também já apontado ao nível dos três grandes sectores de produção, correu taxas de crescimento que vão dos - 2 por cento até aos +11,5 por cento - respectivamente nas indústrias extractivas e na electricidade -, tendo-se processado uma contracção a ritmo ainda mais saliente (- 2,5 por cento) nos serviços domésticos, incluídos no sector dos outros serviços.

Transcreve-se do projecto, por se pensar que está aí bem traduzida a dinâmica da produção nacional no período em análise:

A traços muito gerais, pode concluir-se que o desenvolvimento da economia metropolitana no último decénio se deve em grande parte ao crescimento dos sectores industrial e dos serviços, podendo ainda acrescentar-se que o papel motor coube muito predominantemente ao sector secundário e, dentro deste, às indústrias orientadas para a exportação, para a formação de capital fixo e para a substituição de importações (produtos químicos e bens de consumo duradouros).

Na metodologia da programação sectorial, e na sequência desta tendência vinda de trás, deu-se às indústrias transformadoras, a par da construção e do turismo, o papel motor; daí as elevadas taxas de crescimento que se propõem para tais sectores, as quais não estão, no entanto, fora de proporção com a tendência verificada no decénio iniciado com o I Plano de Fomento. E definiu-se desta forma a cronologia precisamente para salientar que a sustentação - e com ligeiro incremento - desses ritmos de crescimento elevados há-de resultar de uma política deliberada de fomento e expansão industrial, não podendo entregar-se o cumprimento das projecções ao exclusivo livre desenrolar das actuações individuais. E ponto importante este, a desenvolver e concretizar na definição dos programas de investimento, de produtividade e de fornecimentos das indústrias (tanto para o mercado interno como para a exportação); e que também terá de retomar-se na análise especializada das orientações e medidas de política propostas para o sector industrial.

Quanto às restantes actividades, escreve-se no projecto de plano que algumas tenderão sem dificuldade a acompanhar o comportamento das primeiras (indústria transformadora, construção e turismo), classificando-se nesta hipótese o comércio, bancos, seguros, serviços pessoais e serviços recreativos. Outras actividades exigirão que se intensifiquem as medidas de promoção, evitando estrangulamentos perigosos e, de um modo geral, atrasos comprometendo os objectivos - e citam-se, expressamente, a agricultura e a pesca, os transportes e a instrução, às quais parece à Câmara dever juntar-se a indústria extractiva, uma vez que se prevê tão abrupto aumento nesse ramo. Finalmente, admite-se que outras actividades virão a beneficiar das potencialidades oferecidas pela expansão do sistema económico, citando-se os serviços de saúde, a administração pública e a habitação. Ficou por fazer qualquer referência à indústria da electricidade, o que se toma como merecida prova de confiança no sector.

Caberá, naturalmente, ao exame na especialidade de cada um dos sectores a avaliação das hipóteses que ficaram descritas sinteticamente. Para já, porém, não se esconde uma palavra de preocupação diante das projecções