referentes à agricultura. Realmente, a taxa de crescimento antevista para 1965-1967 é a mesma que o sector conheceu desde 1953, e mesmo para além de 1968 até 1973 não se apontam metas ambiciosas; ninguém, desde os agricultores aos responsáveis pela condução política e passando pelos técnicos da programação, se tem afirmado em sossego perante um ritmo de expansão manifestamente deficiente.

E as razões da inquietação são fáceis de dar, mesmo sem sair de uma perspectiva exclusivamente macroeconómica, isto é, não referindo aspectos tão importantes como os reflexos sociais e a economia das próprias explorações ou das regiões de agricultura.

Realmente, a expansão económica geral ao ritmo de 6,1 por cento e, depois, de 6,5 por cento ao ano, até 1973, exigirá, grandes quantidades adicionais de matérias-primas de origem agrícola, florestal e pecuária - para fazer andar as indústrias de bens de consumo, e as de produtos intermediários também. Do mesmo modo, o aumento do pod er de compra previsto -pois quer-se, e bem, que não haja simplesmente incrementos de produção, mas que se traduzam em melhoria dos níveis de vida- há-de pesar largamente nas procuras alimentares e têxteis, dados os seus valores ainda baixos por habitante. Ora, se não se desenvolve o sector primário, sòmente vai restar o recurso à importação, quando se tornaria necessário não agravar o deficit externo e, até, tender a reduzi-lo com o aumento de exportações agrícolas, entre outras.

Já adiante vai ver-se que até 1967 são compatíveis as hipóteses de projecção acerca dos crescimentos sectoriais, variação da despesa global e manutenção do deficit externo (quadros X e XI). Não se fez idêntica análise até ao ano de 1973, mas adianta-se que, provavelmente, não se deparará com a mesma compatibilidade entre as diversas hipóteses postas - a não ser mediante alguma expansão vertical das exportações não agrárias, para o que se não encontra suporte. É problema grave, portanto . As projecções sectoriais do emprego foram elaboradas conjugando os resultados programados para cada produto sectorial com uma hipótese acerca da evolução da produtividade do trabalho - hipótese essa que, normalmente, derivou da observação crítica das tendências evolutivas nos anos anteriores.

A excepção a esta regra geral está, naturalmente, no sector agrícola, pois, como já se viu ao tratar das projecções globais e por grandes sectores, prevê-se uma redução sensível do emprego nas actividades primárias - e o efeito «estatístico» é o aumento da produtividade média dos trabalhadores retidos no campo.

No quadro viu compendiam-se os elementos básicos de .projecção; e vê-se, agora com mais discriminação, qual o tipo de absorção previsto para a mão-de-obra a adicionar até 1967 e, depois, até 1973, tanto no sector secundário como no terciário.

Projecções sectoriais do emprego e da produtividade

Fontes: As taxas de variação da produtividade e do emprego vêm nos quadros VI e VII do Projecto e as variações anuais e os níveis para 1962 o 1967 no quadro IX. O restante material foi facultado pelos grupos de programação global e industrial, já referidos.

As variações previstas para a produtividade, relativamente às tendências anteriores, situam-se: na agricultura, pela razão já enunciada; nas indústrias extractivas, por efeito da inversão pretendida no andamento do produto e que se espera conseguir sem aumento do emprego; nas indústrias transformadoras (em geral), bem como nos