transportes e comunicações, onde se admite uma acentuação temporária da melhoria de produtividade, a significar sensível recuperação de tendências da produção também temporariamente sustidas a seguir a 1961; e em algumas das sub-rubricas dos «outros serviços», embora muito limitadamente. Quanto aos serviços de saúde e ensino supõem-se aumentos da produtividade do trabalho desprezíveis - o que não significa, evidentemente, que a qualidade e a eficiência desses serviços não venham a melhorar substancialmente; mas a questão é de métodos de avaliação do produto do sector.

Referindo-nos agora essencialmente ao período do Plano em estudo, e vendo que a taxa de crescimento do emprego há-de igualar a diferença entre as taxas de expansão do produto e de aumento da produtividade do trabalho, chega-se aos valores do novo emprego, tanto em média de absorção, em cada um dos três anos, como em termos finais (números de 1967, que podem confrontar-se, por exemplo, com os de 1962). Da metodologia seguida nas previsões da formação bruta de capital fixo pouco se fica a saber lendo o correspondente texto do projecto apresentado à Câmara. Parece que se terão relacionado as taxas de expansão do produto nos períodos 1953-1962 e 1965-1967 (ou 1968-1973) com as taxas de incremento na acumulação de capital - mas nem é claro que se fizesse assim, nem o método parece também pacífico. Não há qualquer referência a parâmetros fundamentais como os coeficientes capital-produto, médios ou marginais, e até uma simples verificação de consistência, a posteriori, não consta do texto do projecto.

Sòmente no capítulo respeitante à indústria transformadora aparecem valores dos coeficientes para cada um dos subsectores e ainda com a discriminação respeitante a certas indústrias importantes, num ou noutro caso. E bem se sabe que foi o «Inquérito industrial», conduzido pelo Instituto Nacional de Estatística para os anos de 1957 a 1959, que permitiu a colheita de número s sobre o capital fixo das empresas industriais, os quais agora permitem o cálculo de coeficientes.

Seja como for, e mesmo no desconhecimento do método, dispõe-se de números sobre o investimento programado para acumulação de capital. Mais uma vez estamos perante valores globais já conhecidos, interessando aqui a sua distribuição por sectores. Ora, como se lê no projecto, «a posição dos investimentos na indústria transformadora manter-se-á destacada ao longo de todo o período, sempre com mais de 25 por cento do total, e peso muito significativo apresentarão também, provavelmente, no processo de formação de capital fixo, os sectores da electricidade, transportes e casas de habitação, os quais, em conjunto com a indústria, serão responsáveis por cerca de 70 por cento dos investimentos necessários nos próximos anos».

De passagem, sempre convém notar que não jogam certo as estimativas de formação de capital para as indústrias segundo a previsão do Secretariado Técnico (t otal das indústrias transformadoras e construção) e aquelas a que se chegou na preparação do capítulo referente à indústria: as primeiras correspondem à formação bruta e as últimas à formação líquida, supondo certo grau de utilização invariante. Juntando um valor grosseiro para a depreciação, cair-se-ia facilmente nos 20 milhões de contos no triénio, o que parece excessivo. Há aqui um problema de acerto metodológico para que se chama a atenção.

Projecções sectoriais da formação bruta de capital fixo

(a) As taxas (variações anuais) desta linha englobam também a «Construção».

(b) Os valores desta alínea e das cinco seguintes referem-se a formação de novo capital fixo.

Fontes: As taxas de variação constam do quadro XI do Projecto. O restante material foi fornecido directamente pelos grupos de programação global e industrial, já referidos.