junto das matérias-primas que considere as suas transformações prévias e as interligações com outras indústrias, nomeadamente com as indústrias metalúrgicas; a falta de adequada qualificação do pessoal empregado no sector; o planeamento ainda deficiente da investigação nas Universidades, nos serviços públicos e na indústria privada; a carência de elementos estatísticos para fundamentar toda a política de investimentos».

Acerca das indústrias dos produtos minerais não metálicos diz-se no projecto que a cerâmica de construção defronta custos elevados com a dispersão das fontes de matéria-prima e, conjunturalmente, sofre as crises dá construção civil; no vidro há excessiva diversificação de produções e excessos de capacidade relativamente ao mercado; nas porcelanas e faianças aponta-se a necessidade de defender os jazigos de matéria-prima, a urgência de prospectar mercados externos e a vantagem de evitar formas de concorrência desleal; nos cimentos carecer-se-ia de me lhor coordenação e previsão da política das obras públicas e construção, havendo alguns custos de factores porventura excessivos; no fibrocimento há excesso de equipamentos e nos mármores pesam os direitos de exportação e maus equipamentos.

As indústrias metalúrgicas e mecânicas, englobando sectores muito diversificados (desde a siderurgia às construções metálicas, equipamentos, material eléctrico, construção naval e material de transporte), também apresentam situações diversas.

Na metalurgia do estanho escasseia a produção nacional e a própria importação de cassiterites; nos produtos metálicos avulta a pulverização das instalações, a falta de técnica, a ausência de disciplina na produção e comercialização; na construção de equipamentos e de material eléctrico a dificuldade fundamental reside nas deficiências de programação do investimento nacional, tornando difícil às empresas prepararem-se para os fornecimentos; a falta ou a irregularidade de encomend as tem dificultado o andamento da construção naval e da construção de material ferroviário; e quanto à montagem de automóveis e camiões nada se depara no texto - porventura por ainda ser cedo para lamentações.

O sector das indústrias transformadoras diversas (abarcando madeiras, mobiliário e cortiça, pasta de papel e tipografia, curtumes e borracha) não exibe, pròpriamente, um comentário respeitante aos problemas das diversas indústrias - e sabe-se que há, entre elas, as situações mais díspares. No estudo dos restantes capítulos (ou sectores) do projecto do Governo, a Câmara tem concluído por analisar sumàriamente o programa dos «investimentos prioritários», bem como os que haviam ficado em segunda linha, com vista a sugerir quais parece deverem ser retidos, para apresentação discriminada, na versão definitiva do Plano.

No sector da indústria não há esse conjunto dos investimentos prioritários - e tem-se isto como um progresso, pois significa concordância metodológica com o tipo de plano preparado. Mas não se vê razão para deixar de discriminar, também aqui, alguns projectos ou grupos de projectos (ou, meramente, projecções ao nível de certas indústrias individualizadas), e com os mesmos fundamentos que serviram os restantes casos. Vai tentar-se essa sugestão, evidentemente, com menos elementos informativos do que nos restantes sectores - uma vez que estamos a seguir o texto do projecto, pois nos estudos preparatórios já o material seria abundante. E põem-se duas reservas: nem a inserção de um empreendimento, indicado pela indústria, pode significar aprovação, envolvendo qualquer quebra do processo administrativo normal para licenciamento de instalações; nem a indicação da verba tem outro valor além do de contribuição para medir a importância e prováveis incidências (por exemplo, nos sectores fornecedores dos equipamentos e nos sectores que, futuramente, hão-de abastecer em matérias-primas).

Segue a lista dos empreendimentos ou das expansões das indústrias que conviria citar, expressamente, no Plano: