mente iniciado. entre nós, após a publicação do diploma que o regulamenta -Decreto n.º 44647, de 26 de Outubro de 1962 -, dos 6000 ha previstos no II Plano estão em curso apenas trabalhos de campo em dois ou três locais do Minho. Já então se previa a dificuldade de se atingirem os números apresentados para as realizações. Porém, na nossa vizinha Espanha, para não se ir mais longe, houve neste domínio um êxito espectacular.

Mas o emparcelamento, pelo que tenha de moroso nos aspectos jurídicos e técnicos a observar, próprios do empreendimento, não é o único sistema a que se está recorrendo para aumentar a superfície de exploração de forma a permitir uma mecanização conveniente e assegurar à mão-de-obra a estabilidade e nível desejados. Está-se ensaiando o que se classifica de «agricultura de grupo», através do sistema cooperativo ou de sociedades agrícolas. A Espanha fornece-nos, neste aspecto, também, alguns exemplos curiosos, que já foram examinados por alguns lavrad ores nacionais, como o grupo da região da Bairrada que há pouco visitou Zuniga (Navarra).

Não é apenas à cultura cerealífera e a outras culturas arvenses que esta modalidade interessa; no pomar, na vinha, na exploração pecuária, está conquistando adeptos. Por outro lado, o conceito da propriedade familiar tem evoluído, quanto à extensão das superfícies mínimas, de forma que a unidade cultural possa corresponder às exigências técnicas da época e assegurar um nível de vida estimulante.

A parcela muito limitada, «agricultura a tempo parcial», só poderá ser aceitável como unidade complementar de salário para trabalhadores do meio rural ou de outras actividades. A média propriedade, do tipo patronal para uma exploração intensiva, terá sempre o seu lugar como índice de empresa agrícola autónoma, económica e socialmente válida. Mas já a grande unidade de exploração, considera-se aceitável desde que explorada intensivamente e em alta rentabilidade, seja de regadio ou de sequeiro, o que implica uma larga mecanização e equipamento de toda a ordem e um investimento financeiro que dificilmente poderá ser atingido a título individual. Daí, recorrer-se - o que não está ainda generalizado entre nós - às sociedades agrícolas, de forma que estas explorações possam ser conduzidas num ritmo e nível comparáveis a qualquer grande indústria.

Como elementos de apreciação de um problema que oferece as mais diversas facetas, não só quanto a países em confronto, como adentro do mesmo país em face das circunstâncias ambientais em que se processam, influenciados pela evolução das técnicas e métodos de trabalho, nomeadamente pela mecanização, e pelo êxodo agrícola, são, certamente, curiosos os números constantes do quadro relativo às dimensões das explorações agrícolas em diversos estados europeus.

Distribuição de explorações segundo a sua dimensão em diversos países europeus (a)

Seguem-se dois quadros referentes às nossas culturas principais, o vinho e o trigo, que concorrem para ilustrar a forma como se processa, quanto à dispersão, a exploração agrícola no continente:

Vinho - 300 000 explorações:

Trigo - Do apuramento que a Federação Nacional dos Produtores de Trigo efectuou para a distribuição do subsídio atribuído em 1961, foi possível reunir os seguintes e elucidativos dados, em face do número de produtores que manifestaram as suas colheitas no quinquénio de 1956-1960.