Nacional de Estatística verifica-se que essa capitação passou para 2740 (sem vinho e cerveja, 2554);

No que respeita a proteínas, as respectivas capitações diárias oscilavam entre 62 g e 71 g, com uma composição em que as proteínas de origem animal não excediam os 23 g e as de origem vegetal atingiam um máximo de 49 g; em 1961, a capitação diária elevou-se a 72,2 g (total este considerado suficiente para a nossa população), correspondendo 27,2 g a proteínas de origem animal e 45 g a proteínas de origem vegetal, o que evidencia um progresso no sentido de se atingir uma distribuição mais equilibrada de proteínas de origem animal e vegetal (50/50). A capitação do consumo de gorduras, que oscilava entre 65 g e 74 g, foi em 1961 de 71,1 g.

Outros elementos podem servir ainda para se aquilatar da evolução do nível de vida no período de quatro anos de execução do Plano, destacando-se, entre eles, a análise conjugada dos índices de preços e de salários. Dessa análise pode c oncluir-se que têm vindo a progredir os salários reais dos trabalhadores industriais e agrícolas, o mesmo se observando em relação a diferentes profissões do sector de serviços. Com efeito, e por exemplo, enquanto o índice geral de preços por grosso em Lisboa aumentou no quadriénio de 1959-1962 de 2,6 por cento e o índice geral de preços no consumidor, em relação à mesma cidade e idêntico período, cresceu de 8,6 por cento (no Porto, Coimbra, Évora e Viseu os aumentos evidenciados pelos respectivos índices gerais de preços no consumidor foram, para cada uma dessas cidades, de 7,2, 5,7, 4,8 e 7,6 por cento), a evolução do índice ponderado de salários rurais mostra um acréscimo de 40,4 por cento para os homens e 36,6 por cento para as mulheres e a do índice ponderado de salários por profissões na cidade de Lisboa um aumento de 18,1 por cento.

Quanto à ajuda à resolução dos problemas de emprego, escreveu-se mais:

De acordo com os estudos preparatórios do II Plano, concluiu-se por um acréscimo anual de 20 000 empregos como limite mínimo de novas colocações a criar no período de 1959-1964, para se manter a ocupação da mão-de-obra nacional ao nível relativo de 1950. Julgou-se também conveniente prever não só a fixação fora do sector agrícola deste acréscimo anual de novos trabalhadores, mas também o desvio desse sector de uma parcela progressivamente maior de mão-de-obra, tendo-se admitido, como hipótese de trabalho, a colocação de um total de 90 000 trabalhadores para fora do sector agrícola. Assim, a distribuição prevista implicaria a criação de 210 000 novos empregos fora da agricultura no período de 1959-1964. Tal é a expressão quantitativa do objectivo de ajuda à resolução dos problemas de emprego. Uma vez que pelos dados actualmente disponíveis do censo populacional de 1960 se nota, como já se teve ocasião, de salientar, que no decénio de 1951-1960 o ritmo de crescimento da pop ulação foi bastante inferior ao previsto, para se ajuizar da forma como este objectivo tem vindo ou não a ser alcançado torna-se necessário, antes de mais, verificar se, à luz dos elementos constantes do último censo, se mantém ou não a ocupação da mão-de-obra nacional ao nível relativo de 1950.

De acordo com os estudos preparatórios do II Plano de Fomento, esta manutenção da mão-de-obra ao nível de 1950 é dada pela posição relativa da população activa com profissão em relação ao grupo etário dos 12 aos 69 anos e em relação ao total da população. Ora, com base no censo de 1950 verifica-se que a população activa com profissão (3005 milhares de pessoas) representa 52,9 por cento do grupo etário dos 12 aos 69 anos (5678 milhares) e 38,2 por cento do total da população (7857 milhares). Mas, tendo em atenção o censo de 1960, observa-se que a posição relativa da população activa com profissão (3 124 000), em relação à população total (8 255 000), passa a ser de 37,9 por cento, p que já é um indicador de que a evolução do emprego não foi até 1960 de molde a mante-lo ao nível relativo de 1950.

A inexistência de elementos disponíveis não permite averiguar em que medida terá também decrescido, entre os anos de 1950 e 1960, a posição relativa da população empregada face ao grupo etário dos 12 aos 69 anos. Pode, todavia (tomando como base elementos da população residente metropolitana, e não, como até aqui, da população presente no continente), dizer-se que, enquanto o volume de emprego correspondia em 1950 a 58,4 por cento da população com 20 e mais anos de idade, em 1960 desce paira 56,3 por cento, o que é uma indicação mais de que até ao fim de 1960 não se verificou uma ocupação da mão-de-obra nacional por forma a corresponder ao objectivo do Plano.

Nos dez anos de 1951 a 1960, o número médio anual de novos empregos criados foi de 11 900, tendo-se, além disso, processado uma certa absorção de mão-de-obra do sector agrícola pelo sector industrial, pelos serviços e pela emigração. O decréscimo da população activa agrícola entre 1950 e 1960 foi de cerca de 116 000 pessoas, o que corresponde a uma transferência anual média de 11 600 efectivos da agricultura para outros campos de actividade.

Se retomarmos as estimativas da distribuição da população activa com profissão indicada nos estudos preparatórios do II Plano de Fomento e as compararmos com os números evidenciados pelo censo de 1960, concluiremos que a posição relativa do sector agrícola em 1960 é já menos pesada que a prevista naqueles estudos para o ano de 1964:

Passados quatro anos da execução do Plano, procurou-se saber qual o volume de emprego directamente resultante dos empreendimentos programados. Embora não se tenham obtido informações em relação a todos os casos, conseguiram-se obter alguns elementos, que se espera poderão ser completados no futuro, com vista a permitir uma análise tão completa quanto possível da incidência do Plano sobre