países onde a agricultura tem posição destacada na economia.

Sabe-se quanto de irregular tem o comportamento das várias culturas devido a factores diversos, entre os quais os climatéricos, mau grado a por vezes bem notória evolução favorável das técnicas; conhece-se a falta de mão-de-obra e o aumento dos salários, a pouca especialização, os reflexos dos preços estabelecidos, etc.

Não é, pois, de admirar a baixa de 12 para 7,8 por cento que no decénio se verificou na formação bruta do capital.

A tendência de progresso é natural que se registe mais vincadamente nos sectores para que se abrem horizontes mais largos e favoráveis: pecuária, fruticultura, horticultura, exploração florestal, «culturas ricas», etc.

Por outro lado, a intensificação do êxodo rural, obrigando a um acréscimo de produtividade no sector, trouxe novos e inesperados problemas.

Quanto à exportação de produtos de origem agrícola, houve uma ligeira expansão, e a taxa média anual de acréscimo atingiu 1,25 por cento.

Metrópole - Exportação de produtos da agricultura em confronto com a exportação total

Origem: Relatório do Grupo de Trabalho n.º 1. (Agricultura, silvicultura e pecuária) que colaborou com o Governo no estudo e organização do projecto de Plano Intercalar de Fomento para 1965-1967.

Do exposto, parece depreender-se não ser de «esperar que seja muito rápido o ritmo de crescimento do investimento agrícola nos próximos anos». Admite-se, também, que, no triénio, a mão-de-obra sofra no sector uma redução na casa das 80 000 unidades, o que levará a população agrícola activa em 1967 a aproximar-se de 38 por cento, solicitando-se, portanto, uma maior produtividade à mão-de-obra disponível.

Diz-se mais no projecto do Governo:

O triénio de 1965-1967 deverá, pois, constituir um período de transição entre a fase de relativa estagnação que o sector agrícola presentemente atravessa e um estado de desenvolvimento que lhe permita acompanhar mais de perto a evolução em curso na economia nacional. E, acrescenta-se, «pretende-se que o triénio de 1965-1967 constitua uma fase preparatória de esquemas que venham a conjugar, por um lado, no sistema horizontal o melhor aproveitamento das características e possibilidades das diversas regiões do País e por outro, as condições da organização vertical, especialmente as relativas aos serviços oficiais, de molde a permitir uma coordenação, orientação e apoio do desenvolvimento regional em condições mais adequadas às exigências do próprio crescimento económico e social do País.

Contudo, é ao sector privado da lavoura que continuará a caber o principal papel no processo de desenvolvimento da agricultura nacional.

Assim, o Plano Intercalar visa neste capítulo, fundamentalmente: Aumento do produto agrícola e elevação do nível de vida das populações rurais, através: Do melhor aproveitamento do território;

2) Do apetrechamento técnico das empresas agrícolas;

3) Da adaptação social do sector a novas condições de produção;

4) Da melhoria de qualidade dos produtos; Valorização económica e social das regiões menos evoluídas.

Não se poderá, por certo, negar a razão destes desideratos.

Até que ponto o programado no Plano Intercalar para três anos poderá dar-lhe satisfação? Investimentos Como já se acentuou, no Plano Intercalar consideram-se empreendimentos de três naturezas:

b) Ampliação de empreendimentos programados;

c) Novos empreendimentos a iniciar ou simplesmente a estudar no período 1965-1969.