(a) Custo correspondente ao aproveitamento de fins múltiplos.

Deste modo, a subsecção considera necessário a entrada em serviço em 1969 de novos centros produtores, além dos considerados, para garantir a cobertura do consumo. Para isso será necessário iniciar a sua construção- em 1965 e ter prazos que não excedam em muito os três anos. Estão nestas condições:

Meses

Grupos da central do Carregado ....... 36

Por inquérito feito pelo subgrupo electricidade, dispõem neste momento de estudos levados à fase do projecto ou anteprojecto os aproveitamentos do Alto Lindoso, Girabolhos e Fratel; o aproveitamento de Vilarinho das Furnas encontra-se bem definido sob o ponto de vista energético, podendo dizer-se que o projecto se encontra praticamente terminado.

O aproveitamento do Alto Lindoso tem de se considerar pendente do estabelecimento prévio de um convénio internacional, no sentido de permitir avaliar, em bases concretas, o seu interesse económico para Portugal. Dada a morosidade que é de recear nas negociações, não será possível fixar data para inicio de construção, não se podendo assim incluir, por enquanto, em qualquer programa.

O aproveitamento de Girabolhos faz parte do sistema do Mondego e desde que se opte, como parece indicado, por razões não energéticas, pela construção do Baixo Mondego (Aguieira ou Caneiro-Dão), não é conveniente incluir por agora outro escalão do Mondego; além disso, tem prazo de construção superior aos de Vilarinho das Furnas e Fratel.

Contudo, se o Baixo Mondego não puder ser incluído, deverá considerar-se a hipótese de Girabolhos, que oferece inegável interesse.

Bestam assim, para começar em 1965, os aproveitamentos hidroeléctricos de Vilarinho e Fratel, sendo, aliás, conveniente que um se siga ao outro, dado o rápido andamento do deficit em energia que se verifica de 1969 para 1970.

Entre os dois, Vilarinho tem um prazo de construção menor, cerca de seis meses, o que é importante, não oferece dificuldades especiais para a sua construção e permite assegurar a continuidade do trabalho a pessoal hoje dedicado às obras do Alto Rabagão e que será brevemente dispensado se não houver outra realização; este último argumento não é decisivo, mas merece, contudo, ponderação.

Como elementos adjuvantes de opção entre um e outro para prioridade de execução (de qualquer maneira, como dissemos, um dever-se-á segu ir ao outro), apresentamos as conclusões do subgrupo da electricidade e da subcomissão da produção.

Diz o relatório do subgrupo electricidade do grupo de trabalho n.º 2:

Dos restantes aproveitamentos, o de Fratel também não dispõe ainda de concessão; não apresenta, porém, problemas especiais no que respeita a dimensionamento nem problemas externos; apresenta-se, por outro lado, para o custo indicado, como um investimento francamente interessante, com elevadas condições de rentabilidade, qualquer que seja o critério de avaliação. Julgando-se que a circunstância referida é passível de resolução próxima e atendendo-se a que o prazo de construção previsto é relativamente curto, parece natural considerar-se a sua inclusão no sistema para um futuro próximo.

A inclusão no programa de empreendimentos para o futuro próximo. do aproveitamento de Vilarinho das Furnas justifica-se não só pelas suas aceitáveis condições de rentabilidade, mas também pela convicção de que essa inclusão para o futuro mais próximo, permitindo assegurar a continuidade de ocupação aos quadros da Hica e, principalmente, à numerosa mão-de-obra, de escassa especialização, que tem estado ocupada nas obras do Alto Rabagão - que atingiram a sua fase final-, permitirá minorar certos problemas de ordem social, que, não sendo, como se disse, facilmente quantificáveis em termos de poderem ser tidos em consideração numa equacionação objectiva do problema do Plano, assumem, por vezes, aspectos de relevância.