Por sua vez, a subcomissão da produção do Grémio emite o seguinte parecer:

O aproveitamento de Vilarinho das Furnas deverá ter prioridade na entrada, por não existir qualquer obstáculo no arranque imediato das obras, por estas virem a dar continuidade de trabalho à organização da Hidroeléctrica do Cávado e assim tornar-se possível a sua contribuição para o esforço de novas realizações indispensáveis para o período subsequente.

O aproveitamento de Fratel, consideradas as suas características específicas e a melhoria da regularização do Tejo por efeito da entrada em serviço até 1967 dos aproveitamentos espanhóis de Valdecanas e Alcântara, apresenta-se com interesse para entrar em serviço em 1970.

O Baixo Mondego, conforme atrás se disse, poderá começar a construir-se em 1965 ou 1966, desde que a parcela do custo das obras a imputar à produção de energia eléctrica não exceda SOO 000 contos, sendo o restante lançado às outras finalidades. Fixaremos o início das obras em 1966; o prazo de construção será de 48+3 meses (Aguieira) ou 54+3 meses (Caneiro-Dão).

As obras de Fratel deverão começar em 1966 também e em meados de 1967 deverá começar a montagem do 3.º grupo de 125 MW da central térmica do Carregado. Estas datas diferem ligeiramente das indicadas pelo subgrupo electricidade. b) Esta data dependerá da consideração dos aspectos hidroagrícolas.

As produtibilidades acrescidas (gigawats-hora) ao sistema atrás considerado, de 1969 a 1971, são as seguintes:

Nestas condições, a situação nos anos de 1969 a 1971 será a seguinte:

Conclui-se que o programa suplementar enunciado pela subsecção permite assegurar tangencialmente a cobertura do consumo nos anos de 1969 e 1970, mas já não o consegue para 1971, em que existe um deficit da ordem dos 300 milhões de kilowatts-hora.

Será assim necessário prever a construção de outros centros produtores - hidráulicos ou térmicos - que assegurem a cobertura do consumo em 1971. Embora não se possa por enquanto estabelecer o programa definitivo, referiremos, conforme indica o subgrupo electricidade, os aproveitamentos de Alvarenga e Valeira e o 4.º grupo da central do Carregado. Quanto a Valeira, a data do início de laboração está prevista para Junho de 1972, e, por consequência, as obras deveriam começar no Verão de 1967. Para a entrada em serviço do aproveitamento de Alvarenga, na primavera de 1971, conforme previsto, seria necessário iniciar os trabalhos em

1965. O 4.º grupo da central do Carregado deverá estar concluído em fins de 1971, o que portanto permite o início da construção em 1968, já fora do Plano Intercalar.

Aliás, este programa poderá ser alterado se, em face de estudos a completar, se demonstrar haver outro mais conveniente.

Não vamos além deste ano porque já iríamos ultrapassar o Plano Intercalar, o que está fora do âmbito deste parecer, e além disso algumas obras que porventura comecem em 1967 só estarão completas depois de 1971.

10. Poderia, é certo, ter-se escolhido um outro programa com maior predomínio da componente térmica, mas quis-se respeitar a orientação expressa no projecto de Plano Intercalar com a qual aliás se concorda e que irem referida no n.º 14:

Nas circunstâncias actuais afigurou-se que tal equilíbrio (hidráulico-térmico) deveria ser condicionado pela manutenção de um ritmo de construções de novos aproveitamentos aproximadamente constante, de forma a não provocar perturbações nos níveis de emprego, nem nas múltiplas actividades, industriais e d e investigação, que se desenvolveram como consequência da importante expansão que tem conhecido o sistema hidráulico nacional. Os investimentos previstos para 1965-1967 no projecto de Plano Intercalar (n.º 23) e relativos aos projectos actualmente em execução, ou cuja construção tem de ser decidida imediatamente, são os seguintes:

Contos

Central da Tapada do Outeiro (3.º grupo).. 142 000

977 000

Carrapatelo (com eclusa) ...... 965 000