também tem aumentado muito é grandes somas têm sido gastas por várias câmaras municipais e comissões de turismo nas instalações de parques de campismo e dependências anexas.
Lembremo-nos de que a vizinha Espanha tem procurado incrementar, e com êxito, esta espécie de turismo, que se considera de apreciável rendimento, até pelo menor investimento que é necessário fazer por turista.
Estes números parece pecarem por pessimismo, pois tendo o projecto de Plano Intercalar sido apresentado à Câmara Corporativa no dia 1 do corrente mês de Outubro e prevendo para o ano de 1965 730 000 turistas, logo em 19 do mesmo mês, ao falar na sessão inaugural do Congresso Nacional de Turismo, o Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho afirmou que no ano corrente as entradas de turistas devem ser da ordem das 850 000 pessoas. Quer isto dizer que se atingiu em 1964 o total previsto para 1966. Todos os números apresentados no projecto devem, pois, pecar por falta, mesmo admitindo que o número médio de dormidas por turista se manterá.
E lógico que se mantenham os actuais «meses de ponta», não obstante todos os esforços feitos para atrair turistas nos restantes meses.
O quadro que segue reflecte a repartição entre as várias categorias de hotéis de turistas nacionais e estrangeiros:
Para os «serviços diversos» (restaurantes, diversões, serviços pessoais, etc.) prevê-se que sejam necessários no triénio 600 000 contos. Estes investimentos devem produzir mais 33 000 novos empregos e tornarão possível o objectivo fundamental da política de fomento turístico nos próximos anos, o qual deverá consistir na realização dos condições necessárias para satisfazer a procura externa e interna que se prevê.
Como nos parece que as previsões do afluxo turístico foram feitas com demasiada modéstia, também se nos afigura assaz limitada a quantia a investir. Mas admite-se que não haja possibilidade de fazer mais, não obstante a boa rentabilidade do investimento turístico, principalmente se for possível conseguir espalhar os turistas por mais meses do ano e por mais regiões do País.
De focar a necessidade de infra-estruturas, tão essenciais ao turismo como a própria existência de hotéis e pensões.
Sublinha-se aqui que as previsões do projecto de Plano pecam por defeito por não terem em conta as taxas de crescimento que se estão actualmente a verificar.
Pensa a secção que o Governo terá de definir novamente, na última redacção do Plano, qual a quantidade de turistas esperados (ponto de partida) e a taxa de crescimento. Só então se poderá saber qual a política de alojamento hoteleiro, publicidade, formação profissional, etc., que é conveniente seguir.
Depois temos um sem-número de estâncias termais abandonadas e decadentes que, como afirmou o Digno Procurador Augusto de Castro no recente Congresso Nacional de Turismo, poderão vir a ser, ou tornar a ser, grandes pontos de atracção turística para um sem-número de pessoas que pretendem aliar o descanso com o tratamento de doenças reais ou imaginárias.
Também certas cidades e vilas que contêm ou estão cercadas de monumentos históricos e belas paisagens podem vir a constituir importantes centros turísticos, principalmente fora dos «meses de ponta», em que o turista procura fundamentalmente o sol e o calor.
Isto não quer dizer que não se dê todo o apoio às medidas tendentes à valorização das duas grandes regiões turísticas que são já o Algarve e a Madeira.