Achamos muito bem que se aumentem substancialmente as receitas do Fundo, pelo que nos parece bastante exíguo o reforço proposto.
Prevendo-se um investimento total da ordem de 1 504 000 contos, apenas se eleva o Fundo de Turismo para 600 000 contos. Ora este Fundo é, sem dúvida, o meio ao dispor do Estado que mais facilmente e da maneira mais económica pode impulsionar o grande esforço de fomento do turismo, que já neste momento é a maior fonte de divisas de que o País dispõe.
O dinheiro investido em turismo, sabido que á maior parte do apetrechamento é obtido em Portugal, é quase todo em escudos. As receitas de turismo são, deduzidas as derivadas dos gastos de portugueses, constituídas em moeda estrangeira, de que tanto necessitamos pare, as importações do equipamento essencial a outras indústrias que nos propomos criar.
Bem sabemos que a conjuntura é difícil e que necessitamos de muito dinheiro para outros fins. Mas devemos lembrar-nos de que as importâncias investidas em turismo - é claro que em empreendimentos rentáveis- nos trarão muito mais do que as quantias para esse fim despendidas.
De aprovar o princípio de ter em consideração, ao conceder o crédito hoteleiro, as percentagens de produção nacional que os empresários se propõem utilizar.
Bem sabemos que a taxa de juro em Portugal ainda, é das mais pequenas do Mundo, mas parece-nos ,que o completo alinhamento poderá contrariar, em certos casos, o desenvolvimento da indústria hoteleira.
E óbvio que se torna indispensável o aumento das disponibilidades financeiras do Fundo de Turismo e que é de má política económica conceder empréstimos sem juro ou apenas com juros estatísticos.
Uma avisada selecção de créditos que tenha em conta a idoneidade técnica dos empresários e a rentabilidade dos projectos a financiar parece essencial e nem se concebe que não tenha sido sempre essa a política seguida;
A construção de piscinas, campos de golf e de ténis, barcos de passeio e de pesca desportiva, etc., é da maior utilidade e nela se deve investir
o que estiver dentro das disponibilidades do Fundo de Turismo:
A instituição de um processo expedito para apreciação dos pedidos de empréstimo, livre do arbítrio, prepotência ou estreiteza de vistas de quem tiver de o conceder, merece o mais completo e entusiástico acordo.
Estabelecer prazos dentro dos quais a resposta aos requerimentos feitos terá de ser dada, bem como a possibilidade de recurso fácil e barato contra as decisões que pareçam injustas, será uma medida do maior alcance para o fomento turístico. A secção regozija-se por ver o Governo propor estas medidas;
Estes serviços terão de proceder com rapidez e seguindo critérios objectivos, independente dos caprichos ou gostos de qualquer funcionário.
O empresário tem o direito de ser ouvido em defesa do que propôs e convém não esquecer que, mesmo que lhe seja concedido um empréstimo, é ele finalmente quem corre o risco do empreendimento.