A difusão de conhecimentos sobre problemas de habitação e urbanismo;
O apoio técnico, orientação ou coordenação de iniciativas já existentes ou a suscitar.
E note-se que o prazo de três anos que o próprio Governo fixa para pôr de pé a estrutura anunciada não é, por um lado, excessivo para o fim em vista, e, se cumprido, permitir-nos-ia arrancar já em 1967 com soluções de fundo perfeitamente integradas na panorâmica do desenvolvimento económico do País.
No seu relatório o grupo de trabalho n.º 7 preconizava que, à semelhança do ocorrido em vários outros países, o problema da habitação viesse, num futuro mais ou menos próximo, a ser atribuído a um ministério autónomo.
Que seja essa ou outra qualquer a solução mais adequada, o que importa é que o órgão a constituir superintenda de modo efectivo na concepção e execução de toda a política habitacional.
Num país em que os quadros técnicos se mostram cada vez mais escassos em face das exigências cada vez maiores do desenvolvimento económico cumpre que o Governo, tomando aguda consciência do problema, o encare frontalmente, gizando em tempo as soluções adequadas.
(a) Este quadro não inclui os investimentos correspondentes a realizações já projectadas ou em curso no Talor do 159 750 contos.
Temos, portanto, em três anos, a construção de 18242 fogos, ou, se se quiser (adicionando-lhe os indicados sob a epígrafe «Aquisição»), 19 742 fogos, o que corresponde a uma média anual de 6580 fogos.
O investimento público no triénio seria, ,na mesma hipótese, de 1 839 400 contos, o que equivale a um investimento médio anual de 613 133 contos.
Os 6580 que agora se prevêem para cada um dos próximos três anos representam seis vezes mais.
No conjunto dos referidos dez anos os serviços e organismos públicos edificaram 11 638 habitações e investiram cerca de 1 200 000 contos.
Nos três anos que o Plano Intercalar abrange, projecta o Governo construir 19 742 fogos e aplicar 1 839 400 contos.
Tem de reconhecer-se que, num momento difícil como aquele que o País atravessa, forçando-o, dada a escassez de recursos, a opções difíceis em matéria de investimento, o esforço anunciado no Plano é, de todos os pontos de vista, meritório e traduz bem a preocupação com que o Governo encara o problema do alojamento.
E repare-se - ainda em desenvolvimento do que dissemos no n.º 10 deste parecer - que se em cada um dos anos de 1965, 1966 e 1967 se construírem, em média, 34 000 fogos, o sector público terá participado com 19,35 por cento desse volume; se a média se elevar para 40 000 (como deveria, visto que já em 1962 se atingiram os 30 000 fogos com apenas, 1302 construídos pelo sector público), a participação do Estado será de 16,45 por cento. Num caso e noutro, portanto, se excederão amplamente os 5 por cento do decénio 1953-1962.
Muito provàvelmente esse contributo estadual concorrerá apenas para assegurar a cobertura do deficit de reposição evitando que as carências se avolumem.