com nitidez uma ideia central, uma directriz, quanto à orientação futura oas construções hospitalares.

Se se entende que, dada a configuração geográfica do território metropolitano e a relativa facilidade de transportes, a assistência hospitalar deverá assentar fundamentalmente nos três centros universitários, únicos em condições de disporem de pessoal habilitado em número suficiente, sobretudo pelo que respeita às especialidades médicas, cumpria afirmar claramente o princípio, por forma a abandonar uma inglória dispersão de esforços. Sem prejuízo, evidentemente, de uma ou outra excepção, baseada precisamente na distância ou dificuldade de acesso a qualquer dos grandes centros de assistência hospitalar. Considere-se, exemplificativamente, além das ilhas adjacentes, o caso de Bragança. Não poderá deixar de impressionar, em apoio deste entendimento para a concentração da assistência hospitalar, que 60 por cento dos medidos inscrito? na respectiva Ordem exercem a sua activ idade em Lisboa e no Porto, e que dos pediatras e ginecologistas se encontram nestas cidades 75 por cento, aproximadamente, havendo distritos que não dispõem de médicos habilitados com estas especialidades. Ou se consegue atrair para a província um número razoável de especialistas, ou se renuncia a um funcionamento satisfatório dos hospitais regionais e sub-regionais.

Mas se se julga, pelo contrário, que o actual estádio da medicina curativa é compatível com a sobrevivência e desenvolvimento de hospitais de província, cumpre afirmá-lo claramente, em ordem a dotar esses hospitais de meios, sobretudo humanos, ao nível da função que são chamados a desempenhar.

De resto, o problema não se põe exclusivamente em relação aos hospitais de província. Também os hospitais centrais pecam por insuficiente aproveitamento dos capitais neles investidos; bastará recordar que, com excepção dos serviços de banco, os nossos hospitais centrais só funcionam plenamente da parte da manhã, donde resulta que o equipamento dispendioso, utilizado apenas durante um período reduzido de horas diárias, quando o é, se desactualiza antes de ter fornecido o rendimento que poderia prestar.

Estamos em face da questão de maior relevo respeitante ao custo da assistência hospitalar. E é evidente que para solucionar essa questão teremos de realizar uma análise mais profunda, que necessariamente colocará à superfície a urgência de uma revisão do estatuto do pessoal sanitário. Com os actuais quadros e com o espírito de desânimo que os domina, melhor será não considerar sequer a hipótese de aproveitamento pleno dos capitais, aliás avultados, já investidos nas nossas unidades hospitalares.

Apresenta-se seguidamente uma relação respeitante aos hospitais construídos e equipados, desde 1950, pela Comissão de Construções Hospitalares.

Hospitais construídos pela Comissão de Construções Hospitalares