Colonização, incluindo o levantamento referido de uma vila e quatro aldeias, fábricas para industrialização de produtos agro-pecuários, mais o financiamento de 1000 contos reembolsável feito à Cooperativa Agrícola do Cunene, 117 935 contos, sendo: Vila de Folgares, aldeias de Freixiel, Algés-a-Nova, Castanheira de Pêra,

Matala e instalações industriais, 37 857 contos (32,1 por cento);

2) Instalação de colonos, incluindo o transporte de colonos da metrópole, a preparação de terras, as assistências técnica, médica, religiosa e escolar, 74 299 contos (63 por cento);

3) Exploração e conservação das obras de rega, defesa e enxugo, 5779 contos (4,9 por cento). Administração e fiscalização, 21 322 contos.

d) Custo total da instalação de um casal de família: Por hectare: 82 243 = 29,8 contos. Por família de 5,5 ha de regadio: 5,5 ha X 29,8 contos = 163,9 contos.

Instalação (transporte, preparação de terras, casa, gados, alfaias, subsídio alimentar no primeiro ano, assistência técnica, médica, religiosa e escolar

74 299 contos = 229,3

contos que adicionados à importância fixada em 2) de irrigação dão um total de 392,2 contos.

Reembolso feito ao Estado com 1/6 das produções, até 1 de Outubro de 1963, 3552 contos.

instalação, o casal entra em regime de concessão definitiva, recebendo o respectivo colono o título correspondente. Aproveitamentos hidráulicos

O aproveitamento hidráulico do Cunene, na Matala, estudado e delineado pela Missão ao Sul de Angola, de 1946, foi incluído no I Plano de Fomento e construído pela Inspecção-Geral do Fomento com a Brigada Técnica de Fomento e Povoamento do Cunene.

Tinha inicialmente por objectivo a exploração agro-pecuária do povoamento, apoiada na água do Cunene, elec-trobombada até 217 milhões de metros cúbicos com a energia produzida na central da Matala. Sá da Bandeira também seria abastecida de energia eléctrica da mesma origem, mas sómente na medida dos recursos hídricos disponíveis afluídos à central, satisfeitos os consumos hidroagrícolas.

Nas explorações agro-pecuárias. de povoamento inicialmente consideradas estava o actual colonato do Cunene, estendido da Matala até 7 km para jusante de Capelongo, hoje corripletamente ocupado.

Na vigência do I Plano de Fomento foi, porém, mudada a orientação inicial: manteve-se o colonato de regadio do Cunene previsto, mas destinou-se a energia da Matala (do povoamento agro-pecuário) para o abastecimento de electricidade não só a Sá da Bandeira, mas também a Moçâmedes, conforme a proposta da Inspecção-Geral do Fomento n.º 14 M/54, de 9 de Março de 1954, aprovada em Moçâmedes quando da visita presidencial de 1954, e considerou-se ainda a extensão do abastecimento eléctrico até Porto Alexandre para impulso à indústria da pesca, o que se espera seja brevemente mais uma realidade da valorização do Sul de Angola.

Na obra hidroeléctrica realizada há as três linhas seguintes de transporte de energia, que partem da Matala:

1) A do colonato, que vai até à aldeia de Freixiel;

2) A de Sá da Bandeira, com a tensão de 150 kV, capacidade de 20 M VA e extensão de 168 km;

3) A de Moçâmedes, que vai da subestação de Sá da Bandeira até Moçâmedes, com a tensão de 60 kV, capacidade de 5 MVA e extensão de 161 km.

Três subestações integram o sistema de transporte: a da central, equipada com dois transformadores 10/150 k V e 17 MVA; a de Sá da Bandeira, equipada com dois transformadores de 150/60/15 kV e 10 MVA; a de Moçâmedes, equipada com dois transformadores de 60/15 k V e 5 MVA.

Quanto ao sistema produtor, as obras principais realizadas são a seguir indicadas: Uma barragem de comportas, constituída por dois troços: um de 175 III de comprimento, a partir da margem direita, no qual estão as três tomadas de água para a central, providas de comportas de sector de 6,5mX9m; outro com o desenvolvimento de 720 m, formado por 36 portadas de 20 m, das quais 29 têm comportas automáticas de charneira com 18,5 mX2,95 m, destinando-se uma a descarga de fundo e seis (as últimas da margem esquerda) constituem descarregadores de cheia, a partir da cota (1306,00).

Por cima da barragem passam a estrada de Sá da Bandeira para Serpa Pinto, na extensão de 895 m, e o caminho de ferro de Moçâmedes, na extensão de 720 m, continuando para a margem direita por 260 III de ponte independente da barragem.

A albufeira criada pela barragem da Matala, de capacidade útil de regularização igual a 70 milhões de metros cúbicos e o nível de armazenamento à cota (1305,65).

Esta albufeira alimenta directamente o canal de rega do colonato do Cunene, que tem 42,5 km de desenvolvimento e capacidade de transporte igual a 5 m3/s.