Uma central, localizada imediatamente a seguir à barragem, com tomada de água nesta, destinada a três grupos turboalternadores de 17 MVA, dos quais dois já foram instalados. Além destes , grupos, possui a central mais dois grupos auxiliares de 550 kVA.

Os grupos principais são providos de turbinas Kaplan e os auxiliares de turbinas Francis, trabalhando o conjunto sob a queda útil de 19,80 m.

c) Um posto de comando e de transformação, equipado para a energia a emitir para o exterior com dois transformadores de 10/150 kV de 17 MVA, já referidos.

De início previu-se que a central da Matala (de objectivo hidroagrícola de povoamento em explorações agro-pecuárias) pudesse beneficiar da criação, a montante do Cunene, de uma ou mais grandes albufeiras de regularização

interanual.

Deve-se à Câmara Corporativa, pelo seu parecer n.º 4/VII, de 9 de Agosto de 1958, sobre o projecto do II Plano de Fomento (1959-1964), o impulso decisivo para se proceder aos estudos das cabeceiras da bacia hidrográfica do Cunene até à albufeira da Matala, indispensáveis para a regularização de caudais e para o conveniente regime de exploração da central da Matala. A Câmara Corporativa lembrou então que o Ministério do Ultramar já em 29 de Março de 1946, quando criou a Missão ao Sul de Angola, atribuíra especial importância ao problema das águas do rio Cunene, situado «na importantíssima zona económica e política» do Sul de Angola, zona que fora objecto de dois acordos do Cabo da Boa Esperança, ambos de 1926: um, de 22 de Junho, sobre a fronteira com o Sudoeste Africano, que tinha como limite sul o paralelo do Buacaná; outro, de 1 de Julho, sobre a partilha das águas do Cunene a jusante de Naulila.

Para dar execução ao voto da Câmara Corporativa, a que se seguiu a inscrição de 12 000 contos no II Plano de Fomento para «Estudo dos aproveitamentos das cabeceiras do Cunene para regularização do caudal do aproveitamento hidroeléctrico da Matala e acabame nto dos estudos da 2.ª fase das obras hidroagrícolas do Mulondo-Quiteve-Humbe», a Inspecção-Geral do Fomento propôs, em 30 de Março de 1959, pelo documento n.º 623/59, que fosse dada execução ao sugerido sobre os estudos das cabeceiras e se concluíssem os estudos da 2.ª fase da rega do Cunene.

O proposto foi aprovado em 18 de Maio de 1959, e em Agosto de 1962 foi entregue o «Plano geral do aproveitamento hidroeléctrico da bacia do Cunene a montante da Matala».

O plano apresentado considerou dez aproveitamentos (incluindo a Matala, já em exploração) na bacia hidrográfica do Cunene, de quase 29 000 km2 a montante da Barragem Salazar, os quais, feita a selecção, reduziu a oito, por exclusão dos aproveitamentos n.ºs 1 e 9, por não serem económicos.

A energia produtível no conjunto dos oito aproveitamentos é de 290 GWh, de preço médio para os sete novos aproveitamentos igual a $338 por kilowatt-hora.

Submetido o Plano à apreciação do Conselho Superior de Fomento Ultramarino, este emitiu o parecer n.º 9/63, de 15 de Maio de 1963, aprovativo do Plano, e aconselhou o estudo definitivo da 1.ª fase do aproveitamento n.º 2, dizendo deste aproveitamento:

A economia da regularização prevista no aproveitamento n.º 2 não deve traduzir-se em termos puramente hidroeléctricos, pois as suas vantagens no que respeita à rega e ao povoamento ultrapassam muito aquele objectivo.

Até mesmo se não fosse recomendável, por motivos de natureza financeira, a execução imediata das obras de povoamento que o Sul de Angola necessita e a obra de regularização se destinasse apenas a melhorar a produtividade da central hidroeléctrica da Matala, para que esta pudesse acompanhar a evolução dos consumos, não devia perder-se de vista o grande benefício para todo o curso do Cunene a jusante, tanto no que respeita aos aproveitamentos futuros como ao fundamento para fixação de populações.

Este parecer foi homologado em 16 de Maio de 1963 e determinada a maior celeridade para os estudos da barragem do aproveitamento n.º 2, da irrigação de 30 000 ha do bloco Mulondo-Quiteve-Humbe e da linha de transporte de energia da Matala ao Quiteve-Humbe e da linha de transporte de energia da Matala ao Quiteve - e daqui para o sul.

Os nove aproveitamentos de cabeceiras estudados, cujos caudais passam pela central da Matala, localizam-se:

O quadro n.º 17 indica os aproveitamentos do Plano, seus custos e energia produzida, excluído o n.º 1, por não interessar: Consumos actuais e previstos de água de rega e de electricidade até 1975:

A) Agua de rega (metros cúbicos por segundo) a fornecer pelo caudal permanente (garantido) afluído à albufeira da Matala: