Como se vê do quadro precedente, a maior parte da progressão do comércio da metrópole com o estrangeiro, tanto nas importações como nas exportações, concentrou-se nos países europeus participantes da O C D E , posto que aumentasse substancialmente o montante das compras aos Estados Unidos e Canadá. E no acréscimo das vendas para os mencionados países europeus da O C D E , a parte mais quantiosa foi absorvida pelos participantes na A E C L , ao passo que a maior fracção na expansão das importações metropolitanas daquele conjunto de países coube aos da Comunidade Económica Europeia.

Nas operações comerciais da metrópole com as províncias ultramarinas entre os períodos de Janeiro a Setembro de 1963 e 1964 observou-se que o aumento das exportações metropolitanas superou largamente o das importações, donde um incremento do saldo positivo de 121 para 389 milhões de escudos, quando entre 1962 e 1963 se produzira uma contracção de 269 pata 167 milhões.

Comércio do ultramar com o estrangeiro

Valores das liquidações

(Milhares de contos)

(a) Não inclui exportações de diamantes de Angola, bem como, em 1964 para algumas províncias as operações liquidadas através dos estabelecimentos bancários nelas domiciliados.

Relativamente ao comércio das províncias ultramarinas com o estrangeiro, segundo a estatística de liquidações, o quadro precedente não mostra modificações sensíveis do comportamento global entre 1962 e 1963. Pelo contrário, quando se comparam os movimentos e saldos respeitantes aos 1.ºs semestres de 1963 e 1964, observa-se uma melhoria de resultados no montante de 480 milhões de escudos, devida exclusivamente à expansão das exportações, visto que as importações se elevaram ainda de 245 milhões.

Comércio de Angola e Moçambique com o estrangeiro

Valores alfandegários

(Milhares de contos)

Origem. Anúncio Estatístico do Ultramar e apêndices ao Boletim Mensal do Instituto Nacional de Estatística.

Da análise da evolução do comércio com o estrangeiro das duas principais províncias ultramarinas, segundo as estatísticas alfandegárias, conclui-se especialmente.

Quanto a Angola, ao passo que entre 1962 e 1963 se registou um incremento de 190 milhões de escudos no excedente, derivado exclusivamente da progressão das exportações, já entre os períodos do Janeiro a Maio de 1963 e 1964 se anota uma quebra do saldo positivo por virtude de um incremento das importações mais acentuado que o das exportações,

Quanto a Moçambique, o movimento de contracção do déficit, verificado entre 1962 e 1963, prossegue ainda entre os 1.ºs semestres de 1963 e 1964, em resultado de a expansão das exportações sobrepujar a das importações.

3 Moeda e crédito Os meios totais de pagamento, imediatos e quase imediatos, voltaram a apresentar em 1963 uma expansão acentuada - 14,9 por cento, ou seja cerca de 9120 milhões de escudos-, mais acentuada até do que a registada no ano precedente.

Desse incremento do stock monetário global corresponderam 67,5 por cento aos depósitos a ordem, 22,1 por cento aos depósitos a prazo e 10,4 por cento, apenas, à circulação de notas e moeda metálica. Por outro lado, a maior parte de tal acréscimo (quase 78 por cento) traduziu-se na «moeda escritural» criada pelos bancos comerciais e caixas económicas na sequência das suas operações de crédito. Quer dizer por cada unidade monetária a mais emitida pelo banco central e pela Casa da Moeda em 1963 as restantes instituições de crédito criaram quase 3,5 unidades de «moeda escritural». Notou-se, portanto, uma nova descida da representação da emissão monetária do Banco de Portugal, de 48 por cento em 1962 para 40,3 por cento em 1963, significativa de continuidade na quebra da «liquidez real» do mercado monetário. E, assim, a relação entre a mencionada «moeda escritural» e os meios de pagamento emitidos pelo Banco de Portugal e Casa da Moeda cifrava-se, no fim de 1963, em 1,44, contra 1,30 em 1962 e 0,92 em 1958.

Da observação das variações dos factores monetários entre 1962 e 1963 inferia-se que a maior parte da anotada expansão dos meios de pagamento foi determinada pelo crédito bancário, cujo saldo (incluindo o valor das promissórias do fomento nacional tomadas) se elevou de 5720 milhões de escudos.

De facto, o efeito expansionista da reserva de ouro e divisas orçou apenas por 1800 milhões de escudos.

Confrontando, por último, a anotada evolução do stock monetário (M) e a do produto nacional bruto aos preços correntes de mercado (Y), verifica-se que a relação Y/M