e afirmar a nossa decisão de uma colaboração sempre franca e aberta, servida pela sincera rudeza que nos caracteriza, que é sempre o único fruto de uma vida intensa em meios quase sempre duros, uma afirmação do nosso portuguesismo e da nossa determinação.

A este feitio austero, a essa corajosa firmeza e determinação, prestou ainda recentemente homenagem o Chefe do Estado, pela sua visita a Moçambique, no corrente ano, ele mesmo exemplo e símbolo dessas qualidades tão portuguesas

De um extremo ao outro da província as manifestações sucederam-se, num crescente que permitiu verdadeira 5 apoteoses, homenagem de cada português de Moçambique aquele que encarna a alma nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E por S. Exa. foi manifestado a todos nós como a Pátria una nos via integrados no conjunto português.

Estou certo, Sr. Presidente, de que o orgulho com que cada um de nós ovacionou o Chefe do Estado só teve paralelo naquele que S. Exa. sentiu de presidir aos destinos da tal gente.

Seja-me permitido, nesta solene reunião, apresentar os agradecimentos e as mais profundas homenagens de todos os moçambicanos pelo sacrifício que, a bem da Nação, realizou o Sr Almirante Américo Tomás, cumprindo um exaustivo programa, que lhe permitiu, no entanto, contactar com toda aquela vasta província e as suas populações.

Teve também S. Exa. o ensejo de verificar o patriotismo e entusiasmo com que as forças armadas ocupam os postos que hoje são de honra, por neles se defender a honra e integridade do território e da Pátria.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - À admirável presença destes portugueses devemos a confiança em que vive Moçambique acerca do destino daqueles que nos querem atacar, violando as nossas fronteiras.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Junto assim às homenagens ao Chefe do Estado as mais vibrantes homenagens às forças armadas de Portugal, de que S. Exa. é o chefe supremo.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - No momento em que nuvens densas parecem acastelar-se sobre a Pax Lusitana, até hoje tão real em Moçambique, nesta época em que a vida económica da província está realizando um gigantesco esforço para se robustecer, os mesmos interesses que há três anos ensanguentaram e martirizaram Angola estão desviando as atenções para os nossos territórios da África oriental - e sabemos, por triste e dolorosa experiência, como são destituídos de escrúpulos -, numa tentativa vã de destrui a unidade portuguesa, de que Angola, como Moçambique, como esta faixa do continente europeu, constituem meras parcelas de um todo uno e indivisível.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E porque esta verdade ó vívida, até no subconsciente da Baça, porque na interdependência das parcelas portuguesas d eu amadas pelo Mundo temos a

nossa razão de ser e subsistir como nação independente, não há que temer os resultados de tais ataques, embora não seja de mais repetir que só todos unidos e juntos poderemos continuar Portugal.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A austeridade das populações a que acima me referi, o patriotismo de cada português, a perfeita consciência e compreensão da entreajuda e dos sacrifícios a todos* exigidos e a lealdade e a galhardia das forças armadas saberão dar resposta condigna aos ínvios desígnios que escondem as verdadeiras intenções do mais sôfrego e impiedoso colonialismo, que esse nunca foi de portugueses, nem de Portugal.

E é com este orgulho, Sr. Presidente, que podemos afirmar, nesta Câmara, em nome das actividades e dos interesses que constituem a vida da Nação, que Portugal não tinha a sua missão de dar «novos mundos no Mundo e de neles fazer cristandade».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Não havendo mais oradores inscritos, vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Nos termos regimentais, vai proceder-se à eleição do 1.º e 2.º Vice-Presidentes desta Câmara.

Declaro a reunião interrompida por cinco minutos.

Eram 16 horas o 33 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a reunião. Vai proceder-se à chamada para a votação.

Fez-se a votação.

O Sr. Presidente: - Terminou a votação e vai procedei-se ao escrutínio Convido para escrutinadores os Dignos Procuradores Gabriel Ferreira Marques e José Maria Dias Fidalgo.

Procedeu-se ao escrutínio.

O Sr. Presidente: - Vou dar a conhecer o resultado das eleições. Na eleição para 1.º Vice-Presidente deram entrada na uma 152 listas e foi eleito com 144 votos o Digno Procurador Francisco de Paula Leite Pinto, paia 2 º Vice-Presidente deram entrada na uma 152 listas e foi eleito com 144 votos o Digno Procurador Afonso Rodrigues Queiró.

Se mais ninguém desejo usar da palavra, vou encerrar a reunião.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Está encerrada a reunião.

Eram 17 horas e 15 minutos.

Dignos Procuradores que entraram durante a reunião.

António Trigo de Morais

Domingos da Costa e Silva

José Alberto da Veiga Leite Pinto Coelho