s indicadores estruturais, tanto da repartição da população activa por sectores como da repartição do produto, acusam nitidamente o atraso dos distritos de Coimbra, Guarda e, particularmente, Viseu no que respeita a distritos situados, como se referiu, em posição média. No que se refere à capitação do P. I. B., a análise sectorial mostra apenas o desfavor em que se encontra, o distrito, de Braga quanto à agricultura, não muito distante, aliás, da região do Mondego, o mesmo sucedendo quanto ao sector dos serviços em Braga e, especialmente, no distrito de Aveiro. Parece de admitir o conceito de que a população ainda é o melhor reagente em face das situações ambientais em que essa população se cria e movimenta. É por isso que os indicadores construídos à base de informações demográficas mostram sempre evidente, utilidade.

Embora a população constitua-o único motor do desenvolvimento em face de certa disponibilidade de recursos, temos de notar que a influência regional desse motor e destes recursos tanto pode ser endógena como exógena. Tudo depende da forma como se encontram implantadas as actividades económicas, particularmente as industriais e as dos serviços, que tanto podem importar como exportar acção empresarial, matérias-primas, produtos, serviços e capitais. Mais concretamente: uma economia regional tanto depende dos seus próprios recursos humanos e materiais como se integra mais ou menos fortemente em orgânicas exteriores e, por vezes, distanciadas.

Embora se não consiga, porventura, vencer as capacidades que impedem a observação do conteúdo da economia regional do Mondego, com vista à identificação e medição dos fluxos do rendimento ou da capacidade de inovações em acção, as migrações humanas registadas ao longo do tempo traduzem bem a atitude e o comportamento do mais alto valor da economia e da vida social: a população.

A história demográfica (1) dos concelhos interessados no problema do Mondego pode ser resumida, desde 1900, no quadro seguinte:

Concelhos dos distritos moo mu 1B80 11)30 1Ü40 1050 llHill

ota. - Os concelhos considerados neste apuramento foram os seguintes: distrito de Coimbra: Arganil. Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela; Poiares, Soure e Tábua. Distrito da Guarda: Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Seia e Trancoso. Distrito de Viseu: Carregal do Sal, Mangualde, Mortágua, Nelas, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, Sátâo, Tondela, Viseu e Vouzela. Distrito de Leiria: Ansião, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos,

Leiria e Pombal. Distrito de Aveiro: Mealhada.

Observando o quadro anterior, verifica-se que o número-índice de acréscimo demográfico na região do Mondego, entre 1900 e 1960, é 129, enquanto no continente o mesmo acréscimo acusa o índice de 165. No entanto, os. índices respeitantes aos grupos de concelhos dos diversos distritos diferem da seguinte forma: Coimbra, 130; Viseu, 127; Guarda, 107; Leiria, 152, e Aveiro, 176.

Embora desigual, e excluindo o distrito de Aveiro, a que diz respeito apenas o concelho da Mealhada, o crescimento demográfico, acusa um ritmo inferior ao total do conti-

(1) Apuramentos existentes no Centro de Estudos de Economia Agrária da Fundação Calouste Gulbenkian, elaborados pelo engenheiro agrónomo Alberto Alarcão.