tico, entidade intermediária a quem competia a definição do esquema financeiro.

Pelo nosso lado, manifestámos a intenção de consultar o nosso agente em Itália para assim dispormos de informação actual do mercado italiano, tanto mais que o Sr. G. Goeta se encontra em Portugal no momento.

Soubemos que é intenção do grupo Fiat adquirir pasta entre as 3000 t e as 5000 t, embora o valor total da compensação a realizar com máquinas Fiat atinja os 3 000 000 de dólares. Parece ser intenção dos italianos adquirir no mercado português, além da pasta celulósica, madeira e provavelmente resina.

Ficaram de voltar ao assunto depois de estudarem o mercado italiano, para o que necessitam de alguns, dias de contactos directos a estabelecer em Itália.

Em conversa posterior com o Sr. G. Gasta, soubemos que o Dr. Pellegrini já entrara em contacto com ele em Itália na véspera da partida para Lisboa, tendo ficado de se encontrarem no hotel em que ambos se hospedariam.

Aguardaremos notícias do Sr. G. Gasta sobre este assunto, que acabará por se desenvolver principalmente em Itália, em virtude da discussão dos prémios de compensação a fixar.

A organização FIDES funciona como um clube de produtores de pasta celulósica, cujas reuniões periódicas visam a obtenção de entendimento sobre a sua actividade e presença nos várias mercados.

O encontro de Setembro na Córsega teve a presença de vários representantes da Alemanha, Espanha, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Jugoslávia.

A organização pertenceu à delegação francesa, estando presentes entre os portugueses, além dos representantes do sector nacionalizado, delegados da Associação Industrial - Sector de Celulose e da CELBI - Celulose da Beira, S. A. R. L.

Os portugueses forram muito bem recebidos e especialmente citados nas saudações de abertura e encerramento. A curiosidade pelas perspectivas da nossa futura actuação nos mercados era grande, manifestando-se aqui e além sinais de receio quant o ao rigoroso cumprimento dos preços de lista, que foi a tónica do encontro, imposta principalmente pelos suecos.

Tais receios tinham o seu fundamento nas dificuldades económico-financeiras que o país atravessa e na necessidade que lhe é imposta, pelo desequilíbrio da sua balança de pagamentos, de obter divisas a todo o custo. É evidente que não é a capacidade exportadora portuguesa, em termos de quantidades, que enerva os nossos parceiros na FIDES. As disponibilidades portuguesas para exportação, se bem que importantes, não são decisivas; cerca de três a quatro milhares de toneladas de fibras curtas não tiram lugar de vulto às colocações escandinavas no mercado europeu. Porém, uma política de baixos preços, que os membros da FIDES sabem ser possível praticar pelos produtores portugueses, arrastaria as cotações escandinavas e estes procuram, por mais do que um motivo, mantê-las ao nível actual.

Com efeito, a manutenção das cotações actuais permitir-lhes-á não só tira r partido imediato do desnível das taxas de câmbio do dólar em relação às principais moedas europeias, como também prosseguir com êxito a venda dos seus papéis nos mercados europeus, estes sim a baixos preços, sem capacidade de resposta dos produtores papeleiros desses mercados, condicionados pelas cotações relativamente altas da matéria-prima que utilizam e importam.

Por iniciativa dos participantes suecos, secundados pela delegação francesa, teve lugar uma reunião restrita na noite de 27 de Setembro com a participação dos portugueses. A agenda da reunião tinha como único ponto obter dos produtores portugueses o compromisso de manutenção no mercado francês das cotações K. E. A., o que naquele momento parecia ser o interesse comum de suecos e franceses. Manobrando habilmente perante os suecos, os franceses propõem uma reunião para domingo, dia 28, em Paris, após o nosso regresso, na sede da G. E. C. - Groupement Européen de la Cellulose, o que foi aceite pela delegação portuguesa. Convém frisar que os acordos em discussão contemplaram sempre e só as pastas branqueadas. A seguir se relata o principal da conversa havida em Paris.

De regresso de Ajaccio, como escala da viagem a iniciar na segunda-feira seguinte à Bélgica, Alemanha e Suíça, reuniu a delegação portuguesa com os produtores franceses em casa do Sr. Forest, presidente da G. E. C.

O objectivo do G. E. C. é uma tentativa de entendimento sobre preços no mercado francês.

O problema fundamental dos produtores franceses é a alta do dólar em relação ao franco francês.

À cotação anterior de FF 4 por dólar, o pareço de lista de US $ 405 representava para o importador francês um dispêndio de FF 1620 por tonelada de pasta. O preço interno do G. E. C. ronda os FF 1720 por tonelada que era equivalente ao preço do produto importado. Considerando a cotação actual do dólar na Bolsa de Paris, de FF 4,54, o preço de lista de US $ 405 traduz-se num custo interno básico de FF 1839 por tonelada.

A produção do G. E. C. tem sido mantida e o volume das suas vendas, em toneladas, foi o seguinte no período indicado:

O stock do Groupement Européen de la Cellulose era, em 30 de Junho último, de 130 000 t.

O G. E. C., que não tomou ainda qualquer compromisso para 1976, propôs um limite inferior para os preços a praticar no l.º trimestre de 1976 de US $ 375 (menos US $ 30 do que o K. E. A.), equivalente a FF 1700 às cotações actuais.