Depois da visita a este nosso agente, visitámos a Svenska Cellulosa, G. m. b. H., agente da Socel.

O Sr. Petar Avé-Lallcmant foi bastante mais profundo na sua apreciação da economia alemã do que o nosso agente. Assim referiu que:

A economia da Alemanha Ocidental já não continuou a sofrer, no decurso do primeiro semestre de 1975 os efeitos recessivos até então registados. Devido a um aumento de consumo, principalmente no sector privado, registou-se mesmo uma taxa de crescimento da ordem das 3%. A indústria automóvel foi a grande beneficiária desta recuperação com drástica redução dos seus stocks.

O volume das exportações baixou de 13 % em relação a 1974 durante os primeiros seis meses deste ano, não sendo de esperar uma rápida recuperação deste sector.

A taxa de desemprego mantém-se nos 4,5 % e a indústria continua a laborar a cerca de 76 % da sua capacidade. A taxa de inflação tem sido mantida (5,9 %).

O Governo Alemão ocidental tomou várias medidas para o relançar da economia desde substanciais empréstimos ao sector da construção à redução da taxa de juro do Banco Central. No entanto, o aumento do desemprego no próximo inverno não deve conseguir-se que seja evitado.

No que respeita a pasta para papel as importações decresceram de 13 %. Como a produção papeleira desceu 26 %, os stocks aumentam nas fábricas. Embora a produção das várias fábricas varie de 50 % a 100 %, conforme as qualidades que produzem, verificaram-se, a partir de Setembro, algumas paragens temporárias, o que acontece pela primeira vez.

Prevendo uma ligeira melhoria durante a primeira metade de 1976, revela esperanças de a produção atingir 85 % da sua capacidade.

Os compradores alemães de pasta para papel esperam redução de pregos das pastas escandinavas, razão pela qual se mostram muito cautelosos em encomendar.

Durante a visita à Svenska Cellulosa recebemos um telefonema do nosso gerente solicitando que visitássemos alguns clientes cujo contacto considerava de muito interesse. Nestas condições alterámos o programa de viagem dirigindo-nos a Dusseldorf, cidade a partir da qual visitámos os clientes a seguir indicados.

Peters - Kapelen:

Uma das maiores fábricas de papel da Alemanha, produzindo principalmente textliner que utiliza no fabrico de envelopes e cujo consumo normal de pasta crua é de 1200 t/mês. Recebeu-nos desinteressadamente.

As más condições do mercado reduziram as suas necessidades de pasta crua para menos de 300 t/mês, passando a utilizar papel velho em grandes percentagens, sacrificando a qualidade à necessidade de acompanhar os preços de mercado.

A manter-se a situação actual, não necessitará de pasta durante todo o ano de 1976 em virtude de ter acumulado grandes stocks a elevados preços.

As suas relações com a Celtejo iniciaram-se em 1972 e decorreram sob mau signo com constantes desentendimentos principalmente no que respeita a preços. Conrad Jacobson tentou renovadas vezes falar da Peters um cliente habitual da Celtejo pois o considera dos mais importantes do mercado alemão. A entrevista terminou com vagas promessas de experimentar a nossa pasta de eucalipto para tentar reduzir custos e melhorar a qualidade dos seus produtos. O desânimo deste cliente face à situação do mercado é muito grande e não prevemos qualquer êxito em tentativas de colocação nas suas fábricas num futuro próximo.

Illig'sche - Darmstad:

Produtos de papel absorvente. A sua perspectiva de mercado não é pessimista, queixando-se unicamente da concorrência finlandesa. Considerando altos os nossas preços, foi-lhe sugerida a utilização de pasta de eucalipto. Aceitando a ideia, pediu indicação de preços para poder orçamentar e medir a sua capacidade de concorrência com os finlandeses. Foi-lhe dito que para partidas não inferiores a 500 t poderíamos cotar US $ 270 C. I. F. Se as necessidades imediatas de eucalipto não atingirem aquela tonelagem, aceitaríamos que fosse completada com pinho a US $ 325 C. I. F.

Ficou de estudar o assunto e dar resposta dentro de duas semanas.

Linneborn K. G. - Essen:

Fábrica que produz principalmente textliner também para o fabrico de envelopes. Este cliente atravessa uma crise de imobilização com elevados stocks de matéria-prima. A instalação de uma nova linha cujo arranque vem sendo protelado agrava a situação da empresa. Não poderá receber as quantidades previstas pelo contrato de reserva para embarque em Novembro e Dezembro (50 t cada).

Os lotes que lhe fornecemos este ano estão ainda em stock. Aguardam. melhoria da situação, esperando que ela possa verificar-se no início de 1976. Declaram fidelidade aos seus fornecedores, que são os Escandinavas, URSS e Portugal. (Celtejo), esperando podar colocar encomendas em 1976 em quantidades que de momento não podem prever.

Visita à Cell InternationaL, S. A., em seguimento dos contactos já havidos com a Celtejo em Maio quando da vinda a Lisboa do Sr. Erland Bjoorn antes da nomeação da actual comissão administrativa. O Sr. Erland Bjoorn tinha proposto representar a Celtejo nos mercados suíço e austríaco, tendo posteriormente solicitado igualmente a representação para os mercados escandinavos.

Durante a conversa havida foi-lhe confirmada que por norma não inicia a Celtejo as suas relações com a celebração imediata de contratos de agência, preferindo que um período experimental preceda a concessão de agência.