(...)nais, como é o caso da U. F. T. A. A. (The Universal Federation of Travel Agents Associations).

A autenticidade da representação de todo o espaço português consolidar-se-á no dia em que o organismo corporativo represente os associados de todos os territórios.

Outro problema ainda será o da existência de pessoal no ultramar ajustado às múltiplas funções em que a actividade turística se desdobra. Também aqui a experiência da metrópole poderá ser útil às províncias ultramarinas. Isto, para lá da própria tentativa de obter na metrópole mão-de-obra qualificada, e que se prevê não ser fácil conseguir imediatamente no ultramar.

Repita-se que as boas perspectivas de interligação turística no espaço português se concretizam não só num maior intercâmbio turístico entre a metrópole e o ultramar, mas, ainda, na possibilidade de alguns territórios constituírem, relativamente a outros, centros de irradiação para viagens turísticas.

Estas convicções permitem mesmo sugerir.

1.º Que se intensifique o turismo da metrópole em direcção ao ultramar e, também, que certas correntes turísticas das províncias ultramarinas, em vez de se dispersarem por territórios estrangeiros, dêem preferência a outras regiões ou centros portugueses.

Nos últimos anos o numero de turistas da metrópole que se deslocaram ao estrangeiro conheceu substancial acréscimo:

Ora não seria de desejar que parte destes turistas conhecessem as províncias ultramarinas?

2.º Que se estabeleçam circuitos turísticos, a partir do continente, para visita às ilhas portuguesas do Atlântico e às províncias da África continental.

Não seria possível, por exemplo, com base em Lisboa, aceitar explorações aéreas que, tocando nos arquipélagos da Madeira e de Cabo Verde, permitissem também, através de Bissau, um acesso ao arquipélago dos Bijagós?

3.º Que se facilitem ligações, em termos de economia e de intercâmbio, entre Angola e Moçambique.

Não conviria, de igual modo, que fosse mais intensa a disponibilidade de S. Tomé relativamente aos portugueses de Angola?

Os esforços realizados nos últimos anos no ultramar em matéria de transportes e comunicações constituem base segura para um melhor aproveitamento das potencialidades turísticas.

Afigura-se, contudo, que, em vez de uma dispersão de esforços em matéria de centros turísticos, valeria a pena eleger uns tantos pólos de atracção, locais ou sectoriais. A solução sugerida poderá até ser um pouco diferente dos caminhos a percorrer no continente. A vastidão dos territórios ultramarinos, a natureza das correntes turísticas e as carências em matéria de infra-estruturas recomendarão determinadas concentrações.

Nas províncias de governo simples, onde escasseiam as disponibilidades e a iniciativa, recomendar-se-á particularmente o recurso a sociedades de economia mista. Uma solução desta natureza foi, de resto, encarada para a construção, na capital da Guiné, de um indispensável hotel. O movimento de entradas de estrangeiros na metrópole, nos últimos anos, pode aperceber-se dos seguintes números:

Fonte- Direcção-Geral de Turismo. Dados susceptíveis de correcção pelo Instituto Nacional de Estatística.

A comparação do movimento referido permite concluir pelas seguintes variações (absoluta e percentual) relativamente ao respectivo ano anterior:

A sensível diminuição, em 1968, nos turistas entrados por terra ficou a dever-se particularmente aos espanhóis (-54 226) e aos franceses (-26 929).

Se quisermos ter uma ideia do movimento dai rubrica «Turismo» da balança de pagamentos da metrópole com o estrangeiro nos anos em causa, podemos socorrer-nos dos seguintes números, constantes dos relatórios do Banco de Portugal de 1967 e 1968:

Sabe-se que alguns acontecimentos de relevo, no plano internacional, em 1968, se reflectiram no movimento turístico desse ano. Foi o caso das perturbações político-sociais verificadas em França, das dificuldades da economia britânica, do agravamento da situação monetária internacional e de medidas adoptadas por alguns países para lhes fazer face.

Ainda assim, as receitas dos países europeus, membros da O. C. D. E., na rubrica «Turismo internacional», foram computadas, para 1968, em 8,1 biliões de dólares, ou seja, mais 2 por cento do que o montante registado em 1967 (7,9 biliões de dólares), ano em que o aumento contabilizado, relativamente a 1966, fora de 3 por cento. Mais eliminado o efeito das desvalorizações verificadas em finais de 1967 em seis países europeus membros da Organização, poder-se-ão obter cifras em dólares que revelam (...)