A sua presença continua a ser bastante valiosa pela elevada percentagem de despesas que habitualmente realizam. As despesas turísticas totais dos Estados Unidos, em 1968, elevaram-se a 8907 milhões de dólares e as receitas a 2030 milhões, traduzindo-se, portanto, o déficit turístico em 1877 milhões de dólares

França -Até 1965 foi relativamente espectacular o acréscimo no número de turistas franceses que visitaram Portugal 48,9 por cento de aumento entre 1963 e 1964, 85,7 por cento entre 1964 e 1965. Os números estacionaram depois disso, e entre 1967 (166 800 turistas) e 1968 (140 000) a variação foi mesmo de -16 por cento. Já os elementos disponíveis de 1969 permitem supor uma recuperação, ao menos até ao limite de 1967.

As estatísticas espanholas revelam que, em 1968, 7 788 000 turistas franceses entraram no país vizinho. Esta acção centrífuga da Espanha, aliada à consideração do nível de vida dos Franceses e do seu turismo itinerante (20,5 por cento dos dias passados, em 1968, pelos franceses no estrangeiro foram em circuito), justificam as campanhas promocionais que possamos realizar, visando fomentar o seu interesse pelo nosso país.

Alemanha - Tem-se afirmado constituir a Alemanha uma das maiores reservas mundiais para o turismo europeu. Os Alemães já hoje revelam elevada capitação de gastos turísticos no estrangeiro.

O ano de 1969 fechará, em Portugal, com uma variação sensível no acréscimo de turistas alemães (+25,8 por cento nos primeiros dez meses). De qualquer modo, os nossos números são modestos, relativamente aos de outros países. Enquanto, em 1968, Portugal recebeu 88 600 alemães, a Espanha contabilizou 1 388 000, a França 1 500 000 e a Itália 5 575 000.

Além da mencionada alta capitação nas despesas, o turismo alemão caracteriza-se por médias de permanência elevadas (representando menos de 5 por cento do total dos turistas estrangeiros em Portugal, os alemães registam, na hotelaria nacional, 10 por cento das dormidas de estrangeiros) e uma distribuição sazonal sem pontas excessivas (os índices de amplitude sazonal, calculados para as entradas de alemães, apresentam valores próximos de 2)

A maior distância a que Portugal se encontra da Alemanha permite afirmar que a nossa capacidade de concorrência turística depende dos menores custos que lhes possamos oferecer. Por outro lado, em matéria de transportes, é evidente uma preferência dos Alemães pelos voos fretados.

Benelux - É conhecida a propensão a viajar dos habitantes dos países que constituem o Benelux. Assim, calcula-se que em cada 1000 habitantes mais de 300 se deslocam anualmente ao estrangeiro.

Em 1968, a Itália recebeu 1 032 900 belgas, 1 492 100 holandeses e 127 300 naturais do Luxemburgo. Por sua vez, a Espanha foi visitada, nesse mesmo ano, por 502 100 belgas, 545 000 naturais dos Países Baixos e 10 800 luxemburgueses.

A evolução do turismo do Benelux relativamente a Portugal (continente e ilhas adjacentes) pode apreender-se do seguinte quadro:

As taxas de variação entre os primeiros dez meses de 1969 e igual período de 1968 dão +35 por cento para os turistas belgas, +39 por cento para os holandeses e +23,3 por cento para os do Luxemburgo.

Tudo permite supor que o Benelux é um vasto mercado a trabalhar e do qual poderemos tirar mais acentuados benefícios. Recorde-se que o interesse de Fátima, para populações onde a percentagem de católicos é relevante e o hábito de peregrinações bastante generalizado, poderá constituir apoio à necessária promoção turística 36.

Países escandinavos -Afirma-se que 10 dos 22 milhões de escandinavos passam anualmente as suas férias no estrangeiro.

Em 1968, a Espanha recebeu 263 600 dinamarqueses (+24,8 por cento do que em 1967), 58 300 finlandeses (+14,8 por cento do que em 1967), 81 100 noruegueses (+46,1 por cento do que no ano anterior) e 400 400 suecos (+19,7 por cento do que no ano anterior).

Por sua vez, a Itália contabilizou em 1968 a visita de 509 400 dinamarqueses, 126 900 finlandeses, 204 500 noruegueses e 470 800 suecos.

O turista sueco é conhecido como um dos que na Europa realiza maior despesa média por estada no estrangeiro. Excluindo mesmo as viagens, esta calcula-se em 6000$.

Outro factor atractivo relativamente ao turismo escandinavo reside na circunstância de se repartir ao longo do ano, beneficiando particularmente os períodos que nos países do Sul da Europa são considerados de «baixa estação»

A presença de escandinavos nas ilhas Baleares e Canárias tem animado o boom turístico destes dois arquipélagos espanhóis. Mesmo entre nós a Madeira ocupa uma posição de relevo como destino dos turistas nórdicos, que animam aí um turismo de Inverno. Em 1967, um pouco mais de 40 por cento dos turistas escandinavos que vieram a Portugal metropolitano destinavam-se ao distrito do Funchal.

Qual tem sido a evolução do turismo escandinavo em Portugal continental e insular? Eis o que se poderá apreender dos seguintes números:

(a) Números insignificantes contabilizados em «Outros países nas estatísticas publicadas pala O. C. D. E.

Nos primeiros dez meses de 1969 a percentagem de variação relativamente ao mesmo período de 1968 foi de +12,6 por cento quanto a turistas dinamarqueses, - 52,8 por cento quanto a finlandeses, +16,2 por cento quanto a noruegueses e +28,9 por cento relativamente a suecos.

Gomo se vê em números absolutos, a presença de escandinavos em Portugal (continente e ilhas) é muito modesta. No entanto, a média de permanência é elevada (sete dias), utilizando estabelecimentos hoteleiros de maior nível (70 por cento das suas dormidas em Portugal em 1967 registaram-se em hotéis, cabendo 55 por (...)

36 Cf. Alphonse Dupront, «Tourisme et pèlermage», in Communications, n.º 10, 1967, pp. 97 e segs.