nesga de terra portuguesa, desse todo, a certeza de que os seus interesses são objecto de análise e estudo, as suas dificuldades, de cuidado e ponderação, e as suas aspirações, de solicitude e amparo, em prosseguimento de uma acção ultramarina que, sendo autenticamente nacional tão bem se concilia com outras culturas e civilizações.

De Macau, o desejo de se perpetuar como o padrão espiritual do Ocidente no Oriente.

A períodos de prosperidade têm-se seguido naquele rincão momentos depressivos, cuja debelação nem sempre se encontra totalmente dependente da boa vontade da Administração, sujeita como está a província aos particularismos, por vezes não suficiente temente compreendidos da sua conjuntura geográfica, económica e social.

O momento que passa é de dinamismo, entusiasmo e em ambiente de ordem, tranquilidade e paz, Macau encara o futuro com serenidade.

Impulsiona-se a promoção social através da solução progressiva de problemas concernentes, em especial, à e habitação; cuida-se da assistência, que absorve te 40 000 contos, ou seja, um sexto do orçamento do erário provincial; e, mediante simplificação burocrática e reapetrechamento dos serviços públicos, imprime-se maior celebridade e eficiência à actividade administrativo, sem olvidar os seus agentes que fundadamente esperam para breve merecida melhoria da sua remuneração, não só por virtude da elevação do custo de vida, como também pela necessidade de reajustamento do seu vencimento base com a recente actualização operada na metrópole.

No domínio das realizações públicas salienta-se que a próxima, construção da ponte entre a cidade do Santo Nome de Deus e a ilha da Taipa, esta já unida à de Coloane por meio de estrada, rasgará novas perspectivas ao porvir, na medida em que - pondo termo à descontinuidade territorial da província, aperfeiçoando as vias de acusação e, desta sorte, acelerando o aproveitamento das citadas ilhas - permitirá que a cidade se alivie dos in lçado, brinquedos, mobílias de cânfora e teca. etc. -, sem prejuízo da salutar tendência, que também se estimula, para a concentração de pequenas unidades em conjuntos de maior produtividade, dotados de equipamentos modernos.

O crescimento económico de Macau, todavia, situa-se aquém do ritmo e intensidade que os seus recursos facultam e exigem.

Das suas causas mencionarei duas:

É o nosso ultramar um dos mercados para que se dirigem os produtos de fabrico macaense. Assim, e com referência ao ano transacto, foi a sua importância total de 142 264 contos, dos quais a Angola e Moçambique) pertenceu, como anteriormente, o maior quinhão, no montante respectivo de 66 595 e 60 690 contos.

As débeis posições cambiais de Angola e Moçambique em relação ao exterior e o déficit crónico das suas balanças de pagamentos com Macau não têm permitido assegurar, adentro do sistema vigente de compensação e de pagamentos interterritoriais, a tempestiva liquidação dos seus débitos, daí resultando sucessivos acréscimos dos "atrasados", que chegaram a cifrar-se, em meados de 1967. em mais de 100 000 contos.

Essa demora no recebimento do produto das vendas traz atrelada, a redução do capital circulante, que se agrava pela impossibilidade de realização, através do mecanismo do crédito, dos adiantamentos precisos.

Os inconvenientes são óbvios, merecendo ainda alusão, porque dificilmente compreendida pelas actividades locais, a concorrência, da vizinha terra estrangeira de Hong-Kong. que, por dispor de facilidades de pronta cobertura, regista, de ano para ano, considerável aumento de transacções com aqueles nossos mercados de África.

Reconhece-se não ser fácil a solução completa deste problema, uma vez que se não prevê, para um futuro próximo, apreciável subida, em volume e valor, das exportações de Angola e Moçambique para a sua credora, por forma que se estabeleça o equilíbrio das suas balanças de pagamentos.

Este também o pensamento do Governo, que se vem debruçando sobre o assunto e a cujas diligências se deve já. além da concessão de um empréstimo de 50 000 contos pelo Fundo Monetário da Zona do Escudo, em Abril de 1967, a afectação mensal prioritária de 5000 contos, por conta de cada uma das províncias devedoras, para pagamento aos exportadores de Macau, com início nos últimos meses de 1968.

Apesar destas medidas , subiste a acumulação dos débitos, hoje na importância de 26 717 contos.

Nesta conformidade, reunindo mais uma vez à dos sectores comercial e, industrial interessados, expressa-se a esperança de que, enquanto se não sancionar resolução integralmente Satisfatória, se liquidem os "atrasados" e se actualize o quantitativo daquela afectação.

Outra preocupação respeita à afluência a Macau dos turistas que visitam Hong-Kong, importante centro urbano com mais de 4 milhões de habitantes e ponto do