A instalação e funcionamento do teleférico será um bom começo, um começo que vai ter breve, talvez mesmo imediata, continuação na colónia termal de férias das Caldas de Manteigas, cuja edificação se encontra já em andamento, e que o meu concelho ficará ai dever ao Governo da Nação e, muito particularmente, à clarividência, ao sentido do social, ao entusiasmo e, sobretudo, ao espírito de bem servir os trabalhadores, dos nossos ilustres colegas nesta Assembleia, Srs. Prof. Doutor Gonçalves de Proença e Veiga de Macedo, aos quais tributo, uma vez mais, muito rendidos agradecimentos.

O Sr. Pontífice de Sousa: - Muito bem!

O Orador: - Resumindo, há que procurar manter e incrementar o turismo de passagem, de somenos importância, embora, e criar o turismo de permanência, não esquecendo que, como também justamente se observa no parecer da Câmara Corporativa e, em certos aspectos, igualmente já sublinhei:

O maior movimento de turistas estrangeiros, por via terrestre, processa-se através da fronteira de Vilar Formoso;

A ligação aérea com a Covilhã é susceptível de interessar grandemente o turismo regional, desde que proporcionemos condições satisfatórias de instalação e transita aos que nos procurem;

A reabertura da estância termal das Caldas de Manteigas constituirá, segundo é lícito supor, um apoio vital ao turismo da serra da Estrela;

As condições existentes, naturais umas, criadas pelo homem outras, representam, por si sós, infra-estrutura suficiente para erguer algo de válido e de duradouro no turismo português. Saibamos nós aproveitá-las devidamente e dar-lhes o complemento indispensável através de uma adequada rede de estabelecimentos hoteleiros e de boas vias de comunicação;

Um surto turístico apreciável transforma as condições económicas locais, resolvendo problemas de outra maneira insolúveis. E os concelhos da serra têm necessidade premente de, quanto antes, fazer desaparecer o mais doloroso e difícil de todos - o da emigração, verdadeira chaga, que é fruto, em grande parte, do deplorável atraso em que ainda nos encontramos;

Interessa fundamentalmente democratizar o turismo, mormente o turismo interno, Ide modo a torná-lo turismo de massas. Também a serra da Estrela oferece condições incomparáveis para tal efeito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Interessa igualmente levar a juventude à prática do montanhismo, conjugado, se possível, com o campismo, e ambos encontram na serra da Estrela, a mais alta de Portugal, prospectivas aliciantes;

A caça e a pesca desportiva são factores de relevo, que não devem ser desprezados, tal como os recursos históricos e artísticos, que merecem ser postos em relevo;

Haverá que dar prioridade à melhoria das actuais vias de comunicação terrestre. Designadamente a linha de caminho de ferro da Beira Baixa e a rectificação e grande reparação da estrada nacional da Fonte Santa à Nave de Santo António impõem-se como necessidades imediatas.

Numa palavra: a conclusão do teleférico justifica-se, na minha opinião, qualquer que seja o prisma por que se considere, e, assim, dou a minha aprovação na generalidade à proposta ido Governo nesse sentido.

Tenho, contudo, a esperança de que a presente proposta de lei, para além do seu próprio interesse e valor, signifique, de facto, o primeiro e decisivo passo na estruturação turística da região da serra da Estrela.

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Pinto Castelo Branco: - Sr. Presidente: Ao tomar peia primeira vez a palavra no plenário desta Assembleia, é com o maior gosto que cumpro a praxe útil, justa e civil, de cumprimentar V. Ex.ª

Ao fazê-lo, quero em primeiro lugar saudá-lo no plano pessoal, prestando a minha homenagem muito sincera ao português de bem e ao Deputado ilustre, não apenas por tratamento regimental, mas, e muito mais, pela sua indiscutível, e por todos reconhecida, projecção parlamentar, fruto de vasta experiência, inegável vocação, desassombro de atitudes e apurado sentido do bem comum, sentido este que é, afinal, o primeiro de entre os deveres dos Deputados na Nação.

Não quero também deixar de saudar em V. Ex.ª, Sr. Presidente, a alta autoridade a quem incumbe a pesada responsabilidade de dirigir esta Assembleia, autoridade na qual foi constituído por escolha, pode dizer-se que unânime, dos seus pares.

Nesta tarefa pode V. Ex.ª, Sr. Presidente, contar com o meu inteiro respeito, cooperação e boa vontade.

Srs. Deputados: São para VV. Ex.ªs as minhas restantes saudações.

Companheiros de trabalho numa tarefa comum em prol da Nação Portuguesa, isto é, de todos os portugueses, sejam quais forem os seus credos, linhas de pensamento ou etnias, aproveito para aqui reafirmar publicamente a todos VV. Ex.ªs a expressão da minha consideração, disposição muito sincera de colaboração mútua, atenta e aberta, e da mais franca lealdade.

Nem sempre estaremos todos de acordo sobre o tempo, o modo e a substância das soluções a adoptar para os diversos problemas que se nos vão suscitando.

Tenho, porém, a certeza de que todos convergiremos sempre, ou antes, vimos convergindo desde início (em obediência, aliás, ao próprio mandato que nos foi conferido) na necessidade de assegurar a vitória completa, nas principais frentes de combate da vida nacional, como tão perfeitamente definiu o Sr. Presidente do Conselho na sua última comunicação ao País.

Refiro-me mais concretamente:

À defesa do ultramar;

Ao desenvolvimento económico;

Sr. Presidente, Meus Senhores: ao intervir no debate do projecto de lei referente ao desenvolvimento da região de turismo da serra da Estrela, devo esclarecer vir fazê-lo muito mais na qualidade de Deputado da Nação, do que como eleito pelo círculo de Castelo Branco.

Na realidade, o projecto de lei em apreciação transcende largamente o âmbito do meu distrito.

Bastaria recordar que a região de turismo em causa abrange actualmente os concelhos de Manteigas, Seia, Gouveia, Covilhã, Belmonte e Fundão, pertencentes aos distrito da Guarda e de Castelo Branco. Mas, para além destes, creio que não serei desmentido se disser que