damental, o motivo principal da sua eficiência, os próprios módicos.

Poderia e desejaria alongar-me um pouco mais.

Também os hospitais sub-regionais necessitam de pessoal técnico auxiliar e de enfermagem. Gostaria ainda de me referir às Casas do Povo do meu distrito. São 61 e o número de médicos que actualmente dispõem é de 47 na sua totalidade.

Têm e lutam com deficiências de toda a ordem, não sendo até possível, muitas vezes, realizar-se no seu âmbito a medicina de hoje, a medicina dos métodos auxiliares de diagnóstico.

No entanto voltarei a estes problemas.

O assunto da minha intervenção de hoje resume-se não só na euforia da inauguração do novo Hospital, mais também na imensa preocupação das possibilidades em médicos no nosso distrito.

A eles presto a minha homenagem.

Conheço o que têm feito; sei do que têm sido capazes.

O problema, no entanto, não é nosso; o problema é do povo da nossa imensa região, e, para que o lindo Hospital, pelo qual tanto lutámos, seja uma realidade, um hospital funcionante e activo, os postos avançados, os hospitais sub-regionais, terão de se integrar num plano assistencial comum.

O Sr. Ricardo Horta: - Muito bem!

O Orador: - O panorama médico da minha região acima exposto terá de ser meditado; o futuro assim o exige; o povo alentejano assim o merece.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Compreendendo o pensamento do Governo quanto à associação dos Ministérios das Corporações e Previdência Social e da Saúde e Assistência, solicito, respeitosamente, a atenção de S. Ex.ª. o Sr. Ministro para os assuntos expostos nesta minha intervenção.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Santos e Castro: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Dentro de seis anos termina o arrendamento da exploração da linha férrea Lisboa-Cascais à Sociedade Estoril.

E, assim, natural que os competentes departamentos do Estado estejam já ponderando as mais úteis soluções a adoptar perante aquele facto. Independentemente, porém, da solução contratual que for entendida mais conveniente, creio que, simultaneamente, estará a questão sendo encarada nas implicações que se revelem de conveniente ponderação, em plano de uma mais eficiente coordenação dos transportes urbanos e suburbanos da cidade de Lisboa.

Neste contexto de pré ocupações e dentro da colaboração que esta Câmara deve a quem tem de decidir, permito-me sugerir que sejam considerados estes aspectos:

1.º Necessidade ide uma correspondência cómoda entre a linha ferroviária em causa com o metropolitano de Lisboa, por forma a oferecer a quem vive ao longo daquela linha um meio rápido para atingir diversos pontos da cidade;

2.º Tendo em vista a futura construção da linha de beira-rio ido metropolitano (para que haverá de fazer esforços no sentido de estar concluída dentro de breves anos), que seja considerada qual a estação ferroviária que melhor servirá o público utente para aquela correspondência;

3.º Que se tenham presentes os inconvenientes de toda a ordem que resultam da linha férrea da superfície entre Algés e o Cais do Sodré. Daqui a muito poucos anos a intensificação do tráfego ferroviário na linha de Cascais tornará praticamente isolada toda a mais importante zona do porto de Lisboa e aquela pequena e única área Ide contacto com o Tejo que a população da cidade tem hoje, entre Alcântara e a Torre de Belém;

4.º Que voltem a ponderar-se à luz de factores actuais estudos e pareceres datados de alguns anos que preconizaram a ligação da linha que vem de Cascais à zona periférica e interior da cidade de Lisboa, onde outras correspondências cem o metroplitano serão possíveis dentro de alguns anos;

5.º Finalmente, que se tenha ainda presente a potencialidade urbanística das regiões interiores à actual linha de Cascais de quase nulo interesse agrícola -que terão de desempenhar um importante papel na solução de problemas habitacionais, quando se sabe que dentro de menos Ide vinte anos se terá esgotado completamente a área de construção no concelho de Lisboa. A penetração do transporte ferroviário nessas regiões poderá, assim, ser recomendável.

Eis, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o que daqui ofereço à esclarecida consideração do Sr. Ministro das Obras Públicas e Comunicações.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Sr. Presidente: Não obstante a longa cortina de silêncio público, imposta por largo tempo em jeito de corresponder à penitência dos emigrantes, não sei se terá cabimento falar de emigração quando o fenómeno exige apenas acção intensa, vigorosa e extensa tanto no domínio psicológico como das causas que o geraram, alimentam e justificam.

Não vale a pena, porém, enfadar a Câmara, discutindo a imortalidade da alma quando os Turcos estão às portas de Constantinopla, nem sequer perscrutar as causas da emigração, por bem conhecidas, tanto sob o aspecto económico como social, mas apenas fazer o ponto sobre a situação a que se chegou para acicate das medidas directas e específicas que urge adoptar.

Efectivamente, o fenómeno da emigração maciça vem a desenvolver-se, acelerada e geometricamente, desde os> começos da década findai, talvez porque os meios de comunicação se intensificaram gerando um conhecimento europeu e universalista extensivo até às populações rurais, talvez porque o imobilismo político e económico, o agravamento das desigualdades regionais e a tardança em recuperar um atraso secular marcaram fundo na alma das gentes lusíadas, talvez porque a descrença, a ausência, de perspectivas e a falta de esperanças tivessem destruído abruptamente as resistências tradicionais ou acordado o profundo espírito de aventura lusitano.

Fosse como fosse, a verdade é que o fenómeno desenhou-se, perfilhou-se, iniciou-se, desenvolveu-se como o beato na descrição de Virgílio - pequeno primeiro entre as nuvens ...

Pouco tempo após constituía, porém, um movimento explosivo que punha em causa as velhas estruturas e fazia ruir um tipo de actuação económico e político, ultrapassado nos factos como nos espíritos ...