cidas e abandonadas, por não lhes ser permitida a subtituição.

O Douro está habituado e conformado com os cataclismos, pois a filoxera dizimara a quase totalidade das suas vinhas, pelo ano de 1880, e agora sente outra filoxera a desbastar-lhe as vinhas, com a agravante de esta ser consequência de uma desordenada política agrária.

E na agricultura que sempre têm caído, como «anátema», as ignorâncias (e se fosse só isto ...) de alguns que deviam ser responsabilizados perante a Nação.

Será bom lembrar que o lavrador de agora, habituado às técnicas, à evolução da ciência, à facilidade na apreensão de ensin-amenitos e à promoção da cultura, já não se conforma com determinações que visem os superiores interesses da Nação.

E mais: é uma força que tende a organizar-se e da qual ainda depende a grande economia nacional.

Sabemos que, por despacho recente, o Sr. Secretário de Estado da Agricultura, atento como está aos graves problemas do seu departamento, const ituiu uma comissão encarregada de trazer a esta Assembleia uma proposta de lei que regule o plantio da vinha.

Compreendemos que, no complexo da sua Secretaria de Estado e no pouco tempo que a dirige, não lhe seria fácil usar desta jiecisão sem se libertar de certas velharias e processos irreais dos que tudo mandavam dos gabinetes.

Há que atender às realidades, aos direitos adquiridos, à isenção dos despachos, e só assim se ganha a confiança e se conquista a justa recompensa para os que estão directamente ligados ao campo português.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Limito-me a pedir ao Sr. Secretário de Estado da Agricultura que determine não demorar a comissão o seu estudo e, se fosse possível, ainda presente a este período legislativo.

Está em causa a qualidade do vinho.

Ainda há dias o administrador de uma grande empresa de espumantes me manifestava o seu pesar por não poder substituir por Pinot as plantações de uma grande quinta que comprara.

Só a boa qualidade deve merecer o nosso respeito e o nosso esforço na sua defesa.

E no presente é trabalho penoso o substituir as vinhas de qualidade, com a falta evidente de trabalhadores rurais e sem acesso às máquinas, agravado por cinco anos de suspensSo do plantio.

De ano a ano o lavrador iria renovando, com melhores possibilidades, do que fazer o trabalho acumulado de cinco anos.

Torna-se, na maioria dos casos, impossível.

Falta-lhe a mâo-de-obra e o capital.

Aqui está o resultado da tal política agrária.

Até estamos em crer que algumas orientações foram tomadas para se criar um clima propício à introdução de certas drogas.

Recentemente, em 1968, voltou-se a defender no Ministério da Economia, segundo nos informaram, a importação de vinho e ainda nos fins de 1969 isso se propalava de igual modo.

E, segundo diz, e nós acreditamos, o respeitável mestre Pacheco de Amorim, que tanto prestigiou esta Aseanbleia, em artigo ,de 3 de Fevereiro, em O Comércio do Porto, «agora fala-se de nova investida de grupos financeiros internacionais, cabeças visíveis da mesma hidra oculta - a Força X -, a pretenderem explorar o negócio da Coca-Cola, para sangrarem a nossa gente na bolsa e na saúde.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: É obrigação nossa estarmos atentos.

Vozes: - Muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

feminina em edifício independente já foi utilizado noutros liceus, como o de Aveiro, e que se justificou então na existência de uma população feminina muito inferior àquela que Leiria possui.

A escola técnica também se encontra superlotada, pois, prevista para uma lotação, de 600 alunos, a sua frequência é presentemente de 1519 alunos (878 no curso diurno, sendo 536 do sexo masculino e 342 do sexo feminino; e 641 no curso nocturno, sendo 511 do sexo masculino e 130 do sexo feimánino), frequência extraordinária, sem dúvida, se atentarmos que a maáoria das terras vizinhas de Leiria possuem escolas técnicas também em funcionamento.

Como naquela altura se anunciasse já novo rumo no ensino, no sentido da fusãoi dos ciclos técnico e liceal, alimentava-sei a esperança de que o problema da insuficiência das instalações dos dois estabelecimentos de ensino ficaria resolvido com a construção de um edifício à parte,

destinado só ao ciclo, preparatório que, linstituído pelo D eoreto-Lei n.º 47 480, de 2 de Janeiro de 1967, veio substituir tanto o 1.º ciclo do ensino liceal como o ciclo preparatório do ensino técnico profissional, e pretende seir «campo por excelência de observação individual de aptidões e tendências, como fundamento de conselhos orientadores sobre o destino futuro que cada aluno deverá escolher», como se lê no projecto do Estatuto da Educação Nacional, da autoria do Prof. Galvão Teles.

Criada a Escola Preparatória de D. Dinis na cidade de Leiria, iniciou o seu funcionamento noi ano lectivo de 1968-1969, instalada no edifício do antigo liceu e com uma frequência de 398 alunos (200 do sexo feminino e 198 do sexo masculino), distribuídos por 14 turmas. As 11 salas de aula existentes no edifício dificilmente permitiram a organização dos horários sem ter de recorrer a desdobramentos, com os inconvenientes que desta solução resultam, sobretudo para os alunos que vivem fora da cidade, muitos deles para além dos limites do concelho de Leiria, e para quem a solução de emergência encontrada como a melhor constitui fonte de graves perturbações, traduzidas em transtornos de natureza familiar, alimentar e económica, além de outros que se vêm a reflectir no aproveitamento escolar.