Exceptuando os anos de 1961 (início da guerra de África) e 1967, as receitas de 1968 tiveram maior aumento.

Note-se que desde aquele ano o acréscimo das receitas totais atingiu 11 825 700 contos, e, destes, convém assinalar que 11'015 480 contos provieram das receitas ordinárias. E uma soma respeitável, que não corresponde ao aumento do produto nacional. E é para esta cifra que se chama a atenção. Se o aumento de receitas totais teve origem, em grande parte, nas receitas ordinárias, não é descabido mencionar o seu desenvolvimento:

(Ver tabela na imagem)

O exercício de 1967, com 2 954 000 contos de aumento, sobreleva por muito todos os outros, até o de 1966. A causa foi explicada no parecer daquele ano.

Residiu no imposto de transacções, que em 1967 teve o aumento de 1 592881 contos, num total de 2 219 811 contos.

Há dois capítulos orçamentais - e o dos reembolsos e reposições e o das consignações - que podem alterar o significado do, acréscimo de receitas, e por isso se procura verificar a sua influência.

Nos anos que decorreram desde 1958 a influência desses capítulos deduz-se facilmente dos números seguintes:

(Ver tabela na imagem)

Em 1967 as alterações nos dois capítulos foram pequenas, de modo que o aumento total, sem o deles, se arredonda em 1 803 000 contos.

As receitas e o produto nacional Já se aludiu ao quantitativo do produto nacional e sua influência ao das receitas, que podem ser consideradas como representando uma parcela ou percentagem desse total.

Para o determinar são precisos outros condicionamentos.

O produto nacional refere-se ao continente, e as receitas, ao continente e ilhas.

A comparação com anos anteriores não é perfeita porque a moeda variou. Às receitas são expressas em preços correntes no ano. E o produto interno é expresso ou a preços de 1963 ou a preços correntes, na determinação das percentagens.

Com estas limitações publica-se um quadro que dá as percentagens das receitas ordinárias com o indicado na última coluna e preços correntes:

(Ver tabela na imagem)

Em primeiro lugar, deve notar-se a fraca evolução do produto n preços constantes: 6 665 000 contos, o que corresponde a 6,4 por cento do total de 1967. A taxa de crescimento melhoraria se fossem tomados os preços correntes.

Em segundo lugar, o crescimento da percentagem de receitas ordinárias sobre o produto interno a preços constantes e correntes subiram e já se verificou serem muito maiores em relação a 1960.

O Estado arrecada cada vez maior percentagem do produto nacional.

Outro aspecto é a modéstia da taxa de crescimento do produto interno a preços de 1968. Consultando números, encontra-se só 6,4 por cento em 1968.

São estas anomalias, erráticas no crescimento, que convém estudar e desfazer.

Considerando agora o produto nacional bruto aos preços do mercado, nota-se que a percentagem das receitas ordinárias se eleva a 15. Subiu, corrigidos os números, em relação a 1967. Às cifras são as que seguem:

(Ver tabela na imagem)

A taxa de crescimento atingiu cifra superior a 9 por cento, aos preços do mercado, o que denota um surto inflacionista que necessita de ser debelado.

As receitas em conjunto Comparando as receitas de 1967 e 1968, obtêm-se os números seguintes.