Seria interessante converter as cifras absolutas em percentagens relacionadas com as receitas e despesas ordinárias, tal como se procedeu para alguns anos mais acima.

De qualquer modo, deve ter-se em conta que o acréscimo da dívida não é um bem. Há necessidade de mobilizar capitais para o investimento. O investimento privado em Portugal é tímido. Alguns abusos no passado não justificam essa timidez e o Estado tem de suprir falhas da iniciativa privada.

É necessário que o Estado, nos seus investimentos, dê o exemplo de produtividade.

Discriminação dos encargos. Os encargos da dívida pública diminuíram de cerca de 133 000 contos devido a menores amortizações, porquanto a soma de juros subiu. O exame dos encargos discriminado consta do quadro seguinte:

(Ver quadro na imagem)

O aumento dos encargos de juros é relativamente alto; nos últimos quatro anos foi da ordem dos 270 561 contos. Este aumento provém da elevação da taxa de juros nos empréstimos mais recentes e do próprio aumento de capital da dívida. O acréscimo de juros fez-se ressentir com maior intensidade na dívida externa. A rubrica que lhe diz respeito passou de 48 906 contos em 1965 paro 146 597 contos.

Pesam nesta última cifra os juros relativos aos empréstimos contraídos para financiamento da ponte de Lisboa.

Na diminuição da conta de amortizações a cifra desceu para 769 910 contos na divida fundada. Atingira mais de 1 milhão de contos em 1967.

Outras verbas têm muito menor relevância.

A seguir indica-se a influencia das principais rubricas:

(Ver tabela na imagem)

Notam-se percentagens quase idênticos para juros e amortizações, a roda de 48 e 47. No entanto, ainda em 1968 a importância dos amortizações sobreleva a dos juros. A dívida a cargo da Junta do Crédito Público arredondo-se em 27 335 000 contos, com grande preponderância da dívida consolidada. Os empréstimos amortizáveis, internos e externos, elevam a 5 195 000 contos os primeiros e a 5 357 000 contos os segundos:

(Ver tabela na imagem)

No total, a dívida pública efectiva atingiu 33 303 000 contos, uma subida grande desde 1964. Neste ano somava 28 226 000 contos, como se verifica no quadro seguinte:

(Ver quadro na imagem)

Nota-se que a dívida aumentou muito em 1965 a 1966, mais de 1 milhão de contos em cada um dos dois anos, com relevância em 1966. Mus em 1968 os coisas têm melhor aspecto, porque o aumento efectivo da dívida foi um pouco, superior a 150 000 contos.