Da observação do quadro anterior ressalta a deficiente distribuição dos clínicos pelos vários distritos.

Com efeito, dos 8482 médicos inscritos na respectiva Ordem em fins de 1968, 70 por cento concentravam-se nos distritos de Lisboa (3403), Porto (1854) e Coimbra (781), os quais detinham pouco mais de um terço da população do continente e ilhas calculada para o meio daquele ano.

Todavia, as assimetrias na cobertura médica do País tornaram-se mais evidentes, se atentarmos nos seguintes elementos referidos a 1968:

3 distritos com menos de 1000 habitantes por média;

1 distrito entre 1000 e 2000 habitantes por media;

13 distritos entre 2000 e 3000 habitantes por média;

5 distritos com mais de 3000 habitantes por média.

Quer dizer, de entre os vinte e dois distritos metropolitanos, sòmente três contavam com um médico para menos de um milhar de habitantes.

À escala nacional, essas densidades relativas aos médicos e profissionais de enfermagem evoluíram como se vê adiante, desde 1960.

(a) Calculada para o meio dos anos.

Conquanto se tenham processado melhorias apreciáveis nos dois indicadores considerados ao longo dos últimos nove anos, os valores equivalentes ao último exercício (1119 habitantes por médico e 1047 por profissional de enfermagem) não atingiram ainda as metas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (1 médico por cada 1000 habitantes e 1 enfermeiro por cada 500).

Os índices apurados, que não revelam as características regionais, as quais tornam ainda mais gravoso o problema da carência de profissionais da saúde pública, impõem que se encare com urgência a revisão do sistema de trabalho e remuneração dos médicos e pessoal de enfermagem, de forma a promover a sua fixação nos serviços públicos, em especial nos da periferia dos centros urbanos e nas zonas rurais.

Segue-se o registo do número de camas, média diária de internados e taxas de ocupação dos estabelecimentos hospitalares no período de 1960-1968: