As receitas extraordinárias tiveram um aumento muito aquém do das despesas. A diferença entre os dois aumentos foi de 650 435 contos.

Também o quadro mostra que a diferença entre as' receitas extraordinárias e idênticas despesas atingiu 7 366 031 contos, que é uma soma muito alta, e foi liquidada na forma já conhecida.

Deste modo, o grande aumento de despesas extraordinárias foi liquidado pelo reforço das receitas ordinárias, cerca de l 931 244 contos, e pela elevação das receitas extraordinárias (empréstimos) para 3 939 924 contos. Em resumo, as contas mostram:

Contos

Diferença entre receitas e despesas ordinárias ............... 7 940 521

Diferença entre receitas e despesas extraordinárias ........... 7 866 031

O saldo de 574 490 contos é resultante do grande somatório das receitas ordinárias e compressão de idênticas despesas.

Fazendo, como em anos anteriores, a dedução de empréstimos incluídos em receitas extraordinárias, ou deduzindo 8 099 486 contos do total, obter-se-ia um déficit grande.

Excluindo os empréstimos, as receitas totais elevar-se-iam a 22 668 328 contos, para 25 183 274 contos de despesas. O desequilíbrio sem empréstimos seria de 2524946 contos.

É sobre este ponto que deve incidir a apreciação e julgamento da Assembleia Nacional: o de saber se as aplicações de empréstimos cabem dentro dos preceitos constitucionais. Foi por este motivo que se deu grande latitude ao exame da aplicação de empréstimos.

43. Dada a importância das despesas extraordinárias na determinação do saldo, indica-se a seguir como são formados os pagamentos:

(ver tabela na imagem)

Um pouco mais de 70 por cento das despesas extraordinárias foi liquidado por força de receitas ordinárias.

A percentagem de 1967 elevara-se a 65,8. Houve, neste aspecto, melhoria sensível.

Jogando com as receitas e despesas ordinárias e as receitas e despesas extraordinárias, obtém-se o saldo:

Contos

+ 7 940 521

Saldos de anos económicos findos O saldo de 574 490 contos em 1968 destes, por sua magnitude, dos de anos anteriores, como se verifica nas cifras que seguem:

de contos

Em grande número de anos, em especial até 1960, a política de pequenos saldos é patente no quadro.

Por força de incertezas nas receitas e necessidades de despesas que motivaram grandes empréstimos, os saldos aumentaram a seguir. Mas nunca haviam ultrapassado o meio milhão de contos, como em 1968. A fim de dar ideia da conta dos saldos desde o início da reforma financeira em 1928-1929, publica-se um quadro que exprime a realidade do que se passou.

(ver tabela na imagem)