Esta recomendação, feita na longa série de pareceres sobre as contas gerais do Estado, implica o desvio dos investimentos disponíveis pata, aplicações altamente reprodutivas e requer o estudo cuidadoso das iniciativas públicas e privadas em matéria de fomento económico e a coordenação e integração de todos os factores que possam concorrer para a alta reprodutividade dos investimentos.
Segundo as últimas estimativas, o produto interno bruto, ao custo dos factores, a preços de 1968, fixou-se em 109 980 000 contos e o crescimento processou-se à taxa de 0,4 por cento.
Sem considerar displicente esta taxa de crescimento, que corresponde ao aumento de 6 665 000 contos no produto, a Comissão de Contas Públicas tem a opinião de que ela se não ajusta às necessidades do País. Terão de ser feitos todos os esforços no sentido de a aumentar rapidamente.
Balança de pagamentos
Contas Públicas, de que devem ser criadas, com urgência, condições próprias para fixar no Pais a mão-de-obra que vai auxiliar, em circunstâncias precários, o progresso económico e social de outros países.
Esta fixação só pode fazer-se criando actividades económicas que permitam salários e vencimentos ajustados aos de povos afins, porá onde se encaminham as levas de emigrantes.
Só um grande desenvolvimento das actividades internas no sector industrial pode dar estabilidade à balança de pagamentos, na metrópole e no ultramar.
E o artigo 67.º determina que «o Estado só poderá contrair empréstimos para aplicações extraordinárias em fomento económico, amortização de outros empréstimos, aumento indispensável do património nacional ou necessidades imperiosas de defesa e salvação pública».
O relatório descreve minuciosamente o emprego de empréstimos. Ainda que alguns deles devessem ou pudessem ser pagos por força de receitas ordinárias, o grande dispêndio com as operações em. África facilmente cobrem e até vão além do produto de empréstimos utilizado em 1968.
10. Tendo em conta os receitas totais, que se elevaram a 25 767 764 978$90, e que idênticas despesas se fixaram em 25 198 274 275Ü50, deixando um saldo positivo de 574 489 703$40, e ponderando todos os elementos contidos na Conta Ger al do Estado e no relatório sobre que se baseiam estas conclusões;
A Comissão de Contas Públicas considera legítimo o saldo apresentado e dá-lhe a sua aprovação.
José Dias de Araújo Correia, presidente e relator.
António Júlio dos Santos Almeida.
José Gabriel Mendonça Correia da Cunha.
Manuel Martins da Cruz.