14 058 000 contos, em 1968. O exame do quadro revela que o grande aumento se deu no período 1960-1968. As cifras são expressas em moeda corrente no ano a que respeitam. A sua interpretação deve ter em conta a desvalorização da moeda.
Ver-se-á adiante que Angola e Moçambique ocupam uma parcela muito volumosa. E nestas duas províncias que se sentiu em escala maior o aumento.
Sem Macau e a índia, o ultramar importava, em 1938, menos de 1 milhão de cantos. Em 1968 vieram do exterior para consumo provincial quase 17 milhões de contos e na exportação as cifras são, respectivamente, de 728 000 contos e 12 649 000.
O que há de notável nesta rápida análise é a semelhança dos índices na importação e na exportação. O último progrediu ligeiramente mais do que o primeiro, sem nunca conseguir neutralizar o desfasamento. De modo que não foi possível preencher o déficit do comércio externo, apesar de esforços no sentido de produzir mais, e de novas actividades ou intensificação de antigas, como no caso do café em Angola.
Lobito, com o caminho de ferro de Benguela, assegura hoje a exploração de ricos jazigos mineiros no Catanga, e o porto de Luanda poderia ser um elo útil ao fomento do Congo, se tivesse sido completado o caminho de ferro na direcção de Matadi.
E os portos de Lourenço Marques, Beira e Nacala, em Moçambique, como testas de caminhos de ferro, drenam hoje considerável tráfego dos territórios da África do Sul, da Rodésia e do MaLawi, e poderiam ser a grande alavanca de progresso no desenvolvimento das indústrias mineiras da Zâmbia, que, por outro lado, utilizaria ainda o porto do Lobito.
É a eficiência dos caminhos de ferro e dos portos de Angola e Moçambique que assegura a vida económica dos territórios mencionados acima. Alguns, como o da Beira, foram resgatados em precárias condições e condicionados em. poucos anos a tráfego que atinge milhões de toneladas. O seu contributo em receitas do tráfego para a economia da província, em especial em Moçambique, neutraliza uma grande parcela do déficit da balança comercial.
Apesar dos ataques à soberania do País, apoiados por países limítrofes, continua a obra de aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho que os servem, na esperança de melhores dias e mais útil compreensão das necessidades de cada um.
Os índices revelam o grande aumento de receitas ordinárias desde 1960, muito longe do verificado no período de 1938-1960.
Como a economia das províncias suportaram facilmente o aumento de carga tributário, as condições de desenvolvimento foram aceleradas acentuadamente.
Fenómeno idêntico se verifica no comércio externo. As importações e exportações em idêntico período são indicadas a seguir:
As importações no período de 1960-1968 dobraram. Apesar de se ter dado mais intensa desvalorização da moeda no período de 1938-1960, o volume das importações é inferior ao verificado no período de 1960-1968.
As exportações acompanharam o impulso, mas atrás das importações. Os índices de 1960 e 1968 são, respectivamente, de 892 e 1781, inferiores aos das importações em 1960 e em 1968.
Há atrasos na exportação relativamente à importação. Não admira que os déficits da balança comercial tenham aumentado.
Apesar das grandes somas de invisíveis provenientes de transportes, em especial em Moçambique, a balança de pagamentos vive em equilíbrio sob o influxo de investimentos ou transferências metropolitanas. Neste facto reside a fraqueza da economia ultramarina.
Contos
A diferença entre os aumentos de receita e despesa ordinária (mais 641 552 contos) produziu um aumento de saldos.
Fazem falta no equilíbrio do comércio externo do ultramar os antigos saldos de Angola, que desapareceram nos últimos anos e deram lugar a déficits volumosos.
O déficit de todos os territórios nacionais foi o seguinte:
Contos
É muito alto o saldo negativo, de 16 696 700 contos (14 694 000 contos em 1967). Surge um esforço enérgico no sentido de o eliminar (o que não será possível) ou pelo menos de o reduzir para cifras mais razoáveis. O esforço