terá de ser mais intenso em Angola e Moçambique, que pesam muito no comércio total. Um resumo das receitas e despesas de todo o ultramar, com a discriminação dos serviços autónomos que inflacionam os totais, acentuadamente em Moçambique e Angola, é dado a seguir para as receitas totais:

Note-se que as receitas dos serviços autónomos são superiores a metade das outras receitas ordinárias. As receitas destes serviços, adicionadas das extraordinárias, quase igualam as receitas ordinárias, e se forem incluídos os empréstimos nestas ultimas, ultrapassam-nas por quantia ligeiramente inferior a 600 000 contos.

Para o caso das despesas, as cifras são as seguintes:

Contos

Despesas extraordinárias ... 2 917 937

Comércio externo Não é possível eliminar o déficit do comércio externo das províncias ultramarinas com o estrangeiro. Mas pode ser muito reduzido, dadas as possibilidades da metrópole na produção de mercadorias susceptíveis de consumo no ultramar e dos produtos ultramarinos consumidos na metrópole.

O comércio externo de todos os territórios nacionais atingiu 87 449 900 contos em 1968, originados da maneira seguinte:

Contos

Total ...... 87 449 900

Não se levou em conta as trocas entre a metrópole e o ultramar, que representam uma soma alta, da ordem dos 12 milhões de contos. Mas não há dúvida de que as importações do estrangeiro estão para além das possibilidades de produção interna.

No quadro seguinte indica-se o comércio externo, com a discriminação de mercados:

A cifra da importação, 11 381 000 contos, poderá ser reduzida, pelo menos para o nível do da exportação, 8 358 000 contos, o que significaria grande alívio na balança de pagamentos. O raciocínio que leva à necessidade de desvio para territórios nacionais de uma parcela mais razoável das importações ultramarinas torna-se mais claro no exame dos números que seguem. Dão ideia da repartição do comércio externo por territórios nacionais e estrangeiros.

Excluindo Macau, mais de metade das importações originam-se nos mercados externos, que recebem menos produtos ultramarinos.

Importam quase 10 milhões de contos do estrangeiro, e o que para lá enviam não atinge os 7 800 000 contos. A diferença é muito acentuada em Moçambique. Mas é possível melhorar este aspecto do comércio externo em outras províncias. A única província que nos últimos anos apresenta saldos positivos na sua balança de comércio é S. Tomé e Príncipe. E Moçambique ainda hoje tem maior saldo negativo.

Cabo Verde é tradicionalmente deficitária por saldos volumosos. Estas duas províncias conseguem relativo equilíbrio com invisíveis provenientes de emigrantes, num caso, e de transportes, no outro.

O déficit de 1968 agravou-se para 4 763 700 contos, incluindo Macau. O agravamento proveio de quase todas as províncias, como se nota no quadro da página seguinte.