As condições de vida nesta província durante o ano de 1968 não foram propícias ao equilíbrio das suas actividades económicas. O desequilíbrio negativo do comércio externo quase atingiu meio milhão de contos.

Deve dizer-se que o agravamento derivou de um grande aumento nos consumos, traduzido no aumento das importações.

Considerando os acontecimentos de natureza política que perturbam a vida do (povo ida Guiné, não são de surpreender os resultados. As condições de trabalho não são fáceis. Parece que a orientação a seguir terá de ser a de fazer progredir as regiões mais tranquilas, longe das fronteiras donde partem os ataques à soberania portuguesa, e concentrar tanto quanto possível na cultura do amendoim as disponibilidades de mão-de-obra. O amendoim continua a ser a mercadoria de fácil colocação na metrópole, que importa grandes quantidades desta semente oleaginosa de países inimigos.

Comércio externo As importações aumentaram para 580 305 contos, ou 72 307 t. As cifras estão muito longe das que se podem considerar normais. Nas importações há acréscimo de 109 245 contos. No caso das exportações não é grande o decréscimo, o que talvez possa surpreender. Menos 3700 contos. Para um território abalado por ataques externos é quase milagre manter as exportações num nível semelhante ao do ano anterior.

No quadro seguinte dá-se a súmula do comércio externo:

É muito grande o déficit do comércio externo. O aumento de 112 945 contos, em relação a 1967, provém quase todo das importações. O déficit foi de 492 831 contos. A importação continua a aumentar. Em 1965 vieram de fora 72 307 t, um grande avanço em relação a 1967, mais 9107 t. A cifra de 1968 é a maior na série de importações que se indica a seguir:

Toneladas

Deve ter-se em conta que o incremento nas importações se deve em grande parte a consumos de militares, de têxteis, bebidas, produtos alimentares e outros. O aumento na tonelagem de mercadorias traduziu-se num grande acréscimo nos valores, a ponto de o total atingir os 580 305 contos, já mencionados. Mas o desequilíbrio negativo também foi agravado pelos valores unitários. O de 1968 subiu .572$ e é p mais alto desde 1962, como se verifica a seguir:

É este binómio de produtos mais caros e da sua quantidade que exerce pressão sobre o comércio externo. Uma grande parte da importação tem origem em territórios nacionais, em especial a metrópole. Mas os mercados estrangeiros que compram poucos produtos na Gume enviaram para lá mercadorias no valor de 163 831 contos.

A distribuição das importações foi como segue, em 1968:

O aumento nas importações proveio todo da metrópole e do ultramar. A entrada de mercadorias do estrangeiro diminuiu de 180 620 contos em 1967 para 163 831 contos em 1968.